Paulo Guedes diz que investigação do MP contra ele busca confundir eleitor
Procedimento investiga se Guedes praticou gestão fraudulenta à frente de dois fundos de investimentos que receberam, entre 2009 e 2013, R$ 1 bilhão
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de outubro de 2018 às 21h35.
Última atualização em 10 de outubro de 2018 às 21h36.
Brasília - Em nota divulgada nesta quarta-feira, 10, o economista Paulo Guedes, conselheiro do candidato Jair Bolsonaro (PSL), afirmou ter recebido com perplexidade a notícia sobre a abertura de uma investigação criminal contra ele pelo Ministério Público Federal (MPF).
O MPF abriu no último dia 3 uma Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar a suspeita de que Guedes cometeu os crimes de gestão fraudulenta e temerária à frente de dois fundos de investimentos que receberam, entre 2009 e 2013, R$ 1 bilhão de fundos de pensão ligados a empresas públicas.
Na nota divulgada pelos seus advogados, Guedes diz que a abertura da apuração é "uma afronta à democracia" e que o "objetivo é o de confundir o eleitor".
"Causa perplexidade que, às vésperas da definição da eleição presidencial, tenha sido instaurado um procedimento para apurar fatos apresentados por um relatório manifestamente mentiroso", afirmou em nota.
O relatório citado por Guedes é o produzido pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).
O relatório da Previc, segundo o MPF, aponta que há "relevantes indícios de que, entre fevereiro de 2009 e junho de 2013, diretores/gestores dos fundos de pensão Funcef, Petros, Previ, Postalis (todas alvos da Operação Greenfield), Infraprev, Banesprev e FIPECQ e da sociedade por ações BNDESPar possam ter se consorciado com o empresário Paulo Roberto Nunes Guedes, controlador do Grupo HSM Brasil, a fim de cometerem crimes de gestão fraudulenta ou temerária de instituições financeiras equiparadas e emissão e negociação de títulos mobiliários sem lastros ou garantias, relacionados a investimentos no FIP BR Educacional."
De acordo com Guedes, o FIP Educacional, citado pelo MPF, não trouxe qualquer prejuízo aos fundos de pensão.
"Ele apresentou retorno substancialmente acima do objetivo estabelecido no regulamento firmado entre os cotistas. Da mesma forma, não houve, ao longo da operação, qualquer conduta antiética ou irregular por parte de Paulo Guedes", afirma a nota.