Partido Novo suspende filiação de João Amoêdo em caráter liminar
Filiação de Amoêdo foi suspensa em caráter liminar no Partido Novo. Movimentação acontece após declaração de voto em Lula
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2022 às 09h04.
Última atualização em 27 de outubro de 2022 às 09h55.
O Partido Novo suspendeu em caráter liminar a filiação do ex-candidato à Presidência e um de seus fundadores, João Amoêdo, segundo informaram publicamente membros do partido nesta quinta-feira, 27.
A movimentação acontece duas semanas após Amoêdo anunciar que votará em Lula no segundo turno das eleições presidenciais.
A declaração rendeu a Amoêdo a apresentação de denúncia por lideranças do Novo, incluindo o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema, e quatro deputados federais do partido.
A acusação é de que tenham havido possíveis "violações estatutárias".
A Comissão de Ética abriu processo contra Amoêdo, que é um dos fundadores do Novo, e a suspensão fica em validade até o fim do processo em curso.
"Recebi há pouco e-mail da Comissão de Ética do Partido Novo que determina a imediata suspensão da filiação de João Amoêdo tendo em vista 'risco de dano grave e de difícil reparação à imagem e reputação do NOVO'", escreveu o deputado federal Marcel van Hattem em seu perfil no Twitter nesta quinta-feira, 27. "É decisão liminar até que seja julgado nosso pedido de sua expulsão", disse.
Na última semana, ao ser criticado por sua declaração de voto, Amoêdo havia respondido afirmando que lamentava a posição do Novo em "atacar a liberdade de expressão" dos filiados.
"Lamento que o partido utilize meios oficiais para atacar a liberdade de expressão e política de um filiado. Ao responder o questionamento acerca do meu voto em segundo turno, apenas exerci um direito que me é conferido pela nossa Constituição", disse Amoêdo no Twitter na ocasião.
João Amoêdo foi candidato à Presidência pelo Novo em sua primeira eleição, em 2018. Terminou a eleição com 2,5% dos votos válidos, com 2,68 milhões de votos.