Parada LGBT no RJ critica aprovação do Estatuto da Família
Manifestantes protestaram contra o Estatuto da Família, aprovado por Comissão da Câmara dos Deputados. Texto define família como a união de homem e mulher
Da Redação
Publicado em 15 de novembro de 2015 às 14h38.
Rio de Janeiro - Milhares de pessoas participam hoje (15), na Praia de Copacabana, da 20ª edição da Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro. Com o lema “Palavras Ferem, Violência Mata”, a parada deste ano quer chamar a atenção da população para os casos de violência sofridos por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no país.
De acordo com os últimos dados da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, em 2012, foram registradas 9.982 violações contra a população LGBT em todo o país, 46,6% a mais do que no ano anterior.
Mais de 80% dos casos envolvem violência psicológica, 74% discriminação e 33% violência física. Os números somados superam 100% porque cada violação pode envolver mais de um tipo de violência.
A Parada do Orgulho LGBT do Rio é organizada há 20 anos pela organização não governamental (ONG) Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT. Segundo o presidente da ONG, Almir França, nesse período, houve avanços, como a criação de programas estaduais e municipais para defender a comunidade LGBT em todo o país. Mas também houve retrocessos.
“Um dos retrocessos foi a aprovação do Estatuto da Família . Também houve avanço do fundamentalismo [religioso] e de ideias heterossexistas higienizadas. Isso é um retrocesso intelectual. Por um lado, a academia avançou nesse conteúdo, mas por outro na sociedade civil, não. Ainda é um grande tabu na educação”, disse.
O coordenador especial de Diversidade Sexual da prefeitura do Rio de Janeiro, Carlos Tufvesson, destacou que a violência contra a população LGBT é preocupante. “A cada 23 horas, um cidadão é assassinado no Brasil em um crime de ódio. Esse é um problema de toda a população. Não apenas de quem é gay, quem é lésbica, quem é bissexual ou transexual. Tem causado muito sofrimento às famílias, principalmente”, disse.
A ala de abertura da parada é formada pelas Mães pela Diversidade, formada por mães de LGBTs. Elas protestam contra o Estatuto da Família (Projeto de Lei 6.583/2013), aprovado pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados criada para avaliar o projeto. O texto define família apenas como a união de homem e mulher e seus filhos, excluindo, portanto, casais homossexuais.
A coordenadora do Mães pela Diversidade de Salvador (BA), Inês Silva, tem dois filhos: um gay e uma lésbica. Ela diz que a segurança deles é uma preocupação diária, devido à homofobia. “Nós estamos aqui justamente para acabar com a homofobia, a transfobia e a lesbofobia. Nossos filhos são seres humanos iguais a quaisquer outros”, disse.
Além da passeata, o Comitê Organizador Rio 2016 estará na passeata, cadastrando o público LGBT para preencherem as vagas de emprego nas Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Segundo a ONG Arco-Íris, entre as vagas está a oportunidade de participar das cerimônias de entrega de medalhas nas competições.
Rio de Janeiro - Milhares de pessoas participam hoje (15), na Praia de Copacabana, da 20ª edição da Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro. Com o lema “Palavras Ferem, Violência Mata”, a parada deste ano quer chamar a atenção da população para os casos de violência sofridos por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no país.
De acordo com os últimos dados da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, em 2012, foram registradas 9.982 violações contra a população LGBT em todo o país, 46,6% a mais do que no ano anterior.
Mais de 80% dos casos envolvem violência psicológica, 74% discriminação e 33% violência física. Os números somados superam 100% porque cada violação pode envolver mais de um tipo de violência.
A Parada do Orgulho LGBT do Rio é organizada há 20 anos pela organização não governamental (ONG) Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT. Segundo o presidente da ONG, Almir França, nesse período, houve avanços, como a criação de programas estaduais e municipais para defender a comunidade LGBT em todo o país. Mas também houve retrocessos.
“Um dos retrocessos foi a aprovação do Estatuto da Família . Também houve avanço do fundamentalismo [religioso] e de ideias heterossexistas higienizadas. Isso é um retrocesso intelectual. Por um lado, a academia avançou nesse conteúdo, mas por outro na sociedade civil, não. Ainda é um grande tabu na educação”, disse.
O coordenador especial de Diversidade Sexual da prefeitura do Rio de Janeiro, Carlos Tufvesson, destacou que a violência contra a população LGBT é preocupante. “A cada 23 horas, um cidadão é assassinado no Brasil em um crime de ódio. Esse é um problema de toda a população. Não apenas de quem é gay, quem é lésbica, quem é bissexual ou transexual. Tem causado muito sofrimento às famílias, principalmente”, disse.
A ala de abertura da parada é formada pelas Mães pela Diversidade, formada por mães de LGBTs. Elas protestam contra o Estatuto da Família (Projeto de Lei 6.583/2013), aprovado pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados criada para avaliar o projeto. O texto define família apenas como a união de homem e mulher e seus filhos, excluindo, portanto, casais homossexuais.
A coordenadora do Mães pela Diversidade de Salvador (BA), Inês Silva, tem dois filhos: um gay e uma lésbica. Ela diz que a segurança deles é uma preocupação diária, devido à homofobia. “Nós estamos aqui justamente para acabar com a homofobia, a transfobia e a lesbofobia. Nossos filhos são seres humanos iguais a quaisquer outros”, disse.
Além da passeata, o Comitê Organizador Rio 2016 estará na passeata, cadastrando o público LGBT para preencherem as vagas de emprego nas Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Segundo a ONG Arco-Íris, entre as vagas está a oportunidade de participar das cerimônias de entrega de medalhas nas competições.