Brasil

Para secretário da Saúde, orçamento da Santa Casa é bizarro

Tabela com o valor dos repasses apresentada na semana passada pelo ministério contempla dois incentivos federais extintos em 2006 e 2011


	Santa Casa: dois incentivos que teriam sido duplicados na tabela correspondem a R$ 72 milhões anuais, valor que, agora, será cobrado pelo estado
 (Smsantacasasp/WikimediaCommons)

Santa Casa: dois incentivos que teriam sido duplicados na tabela correspondem a R$ 72 milhões anuais, valor que, agora, será cobrado pelo estado (Smsantacasasp/WikimediaCommons)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2014 às 15h20.

São Paulo - O secretário estadual da Saúde de São Paulo, David Uip, afirmou nesta segunda-feira, 28, que o Ministério da Saúde cometeu um erro "bizarro" ao incluir na tabela de repasses da Santa Casa de São Paulo valores duplicados de dois incentivos federais já extintos e acusar erroneamente a secretaria de não repassar R$ 72 milhões à entidade.

Segundo Uip, a tabela com o valor dos repasses apresentada na semana passada pelo ministério contempla dois incentivos federais extintos em 2006 e 2011.

"Nas portarias que extinguiram os incentivos, fica estabelecido que o valor deles seja incorporado no valor repassado pela produção da Santa Casa, que foi o que a secretaria fez", disse.

"A tabela do ministério, portanto, compromete duas vezes o mesmo valor. É um erro bizarro, de quem não conhece tabela e que não lê portarias."

Somados, os dois incentivos que teriam sido duplicados na tabela correspondem a R$ 72 milhões anuais, valor que, agora, será cobrado pelo estado.

"Já que o ministro contabilizou e não repassou, estamos encaminhando um pedido formal ao ministério para que nos enviem o dinheiro", disse ele.

Uip afirmou ainda que espera uma retratação do Ministério da Saúde. "O estado de São Paulo se sente ofendido pela acusação de não ter repassado o valor."

O secretário disse que espera a indicação dos nomes dos representantes dos governos federal e municipal para iniciar a auditoria nas contas da Santa Casa.

A entidade fechou seu pronto-socorro por 30 horas no dia 22 por falta de recursos para a compra de materiais. O serviço foi reaberto após um repasse emergencial de R$ 3 milhões do governo do estado, que condicionou a transferência de mais verba à análise das finanças da Santa Casa. "Se a comissão de apuração julgar necessária, vamos contratar uma empresa de auditoria externa especializada", disse o secretário.

Acompanhe tudo sobre:Ministério da SaúdeSaúdeSaúde no Brasil

Mais de Brasil

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular

Denúncia da PGR contra Bolsonaro apresenta ‘aparente articulação para golpe de Estado’, diz Barroso

Mudança em lei de concessões está próxima de ser fechada com o Congresso, diz Haddad

Governo de São Paulo inicia extinção da EMTU