Para se repaginar, DEM elege novo presidente e abandona "direita"
Nesta quarta-feira, o partido realiza sua convenção nacional tentando passar a ideia de "refundação" do partido
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de março de 2018 às 12h48.
Brasília - O Democratas realiza nesta quinta-feira sua convenção nacional tentando passar a ideia de "refundação" do partido. Para isso, a legenda promoveu alterações que vão desde a eleição de um novo presidente até a mudança de seu logotipo.
O logotipo da sigla foi alterado para um "D em movimento", como define o líder do partido na Câmara, deputado Rodrigo Garcia (SP), feito com linhas da cor azul e verde. A imagem substituirá o antigo logotipo: uma árvore com folhas com as mesmas cores do "D em movimento".
O partido também elegerá o prefeito de Salvador, ACM Neto, como seu novo presidente. Ele substituirá o senador Agripino Maia (RN), que comandava a sigla desde março de 2011. A mudança se deu após Agripino virar réu em dezembro por suspeita de corrupção na construção do estádio-sede da Copa de 2014 em Natal.
A primeira medida de ACM Neto como presidente será destituir os presidentes das comissões provisórias estaduais e municipais do partido. Novos dirigentes serão escolhidos nas próximas semanas. A medida visa acomodar a chegada de novos filiados à legenda.
Guinada ao centro
Na convenção, o Democratas também divulgará manifesto no qual apresenta suas prioridades na área econômica e social. No documento, o partido se define como de "centro democrático", abandonando a roupagem de direita que acompanhou a legenda desde que se chamava de PFL.
"Houve, sem dúvida, nos últimos anos, uma mudança geracional no Democratas, que veio fazendo com que o partido refinasse suas ideias. O mundo muda muito rápido, e é natural que partidos possam também mudar. O partido deve modernizar sua compreensão sobre o País, sobre a sociedade, sobre a política", justificou ACM Neto.
No evento, o Democratas deve oficializar a pré-candidatura à Presidência da República do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ). O partido não lançava um candidato desde as eleições de 1989, quando ainda se chamava PFL e lançou Aureliano Chaves como presidenciável.