Exame Logo

Palocci decide negociar delação premiada, e advogado deixa defesa

Em depoimento a Moro, ex-ministro disse estar disposto a revelar nomes e operações que renderiam mais 1 ano de trabalho à Lava Jato

(Reuters/Reuters)

Talita Abrantes

Publicado em 12 de maio de 2017 às 18h16.

Última atualização em 12 de maio de 2017 às 19h53.

São Paulo - Depois de idas e vindas, o ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda/Governo Lula e Casa Civil/Governo Dilma) decidiu negociar um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato .

A informação foi confirmada a EXAME.com pela assessoria de imprensa do escritório do criminalistaJosé Roberto Batochio, que defende o ex-ministro há cerca de 10 anos. O advogado, que é contrário a esse tipo de acordo, anunciou há pouco que irá deixar a defesa do petista  exatamente por esse motivo.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o afastamento de Batochio seria também uma primeira exigência da força-tarefa da Lava Jato para conversar sobre o acordo.

A negociação, segundo o jornal Folha de S. Paulo , deve ser capitaneada pelos advogadosAdriano Bretasm Tracy Reinaldeti, Matteus Beresa de Paula Macedo e André Luis Pontarolli, do escritório curitibano Bretas Advogados. O escritório já havia sido contratado por Palocci, mas foi afastado do caso logo depois que a defesa do petista entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a revogação de sua prisão.

Para continuar costurando o acordo, Palocci deve ainda desistir da petição feita ao Supremo. A princípio, o caso seria analisado pelo plenário da corte.

Em depoimento ao juiz Sergio Moro em 20 de abril, ex-ministro disse estar disposto a revelar nomes e operações que renderiam mais 1 ano de trabalho à Lava Jato .

Réu em duas ações penais, Palocci  foi preso preventivamente em setembro do ano passado.

Ele é acusado de administrar, em nome do Partido dos Trabalhadores, uma conta-corrente  que era abastecida com recursos ilícitos da Odebrecht desviados da Petrobras. A suspeita é que, entre 2008 e 2013, 128 milhões de reais tenham sido repassados para essa conta.

Na outra ação penal, Palocci responde à acusação de intermediar pagamentos de 13 milhões de reais ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Ministério Público Federal sustenta que parte desse valor teria sido utilizado na compra de um terreno para abrigar a sede do Instituto Lula em São Paulo.

Palocci também aparece na delação premiada do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura. Além disso, ele foi citado nas investigações da operação deflagrada hoje que mira repasses de 8,1 milhões de reais do BNDES para o grupo JBS.

Nota do Escritório José Roberto Batochio Advogados Associados

"O Escritório José Roberto Batochio Advogados Associados deixa hoje o patrocínio da defesa de Antonio Palocci em dois processos que contra este são promovidos perante o juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba, em razão de o ex-ministro haver iniciado tratativas para celebração do pacto de delação premiada com a Força Tarefa Lava-jato, espécie de estratégia de defesa que os advogados da referida banca não aceitam em nenhuma das causas sob seus cuidados profissionais."

 

 

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame