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País reduziu em 22% pobreza multidimensional em 6 anos

Índice de brasileiros em situação de pobreza multidimensional caiu 22,5% em seis anos, revela Pnud


	Pobreza: proporção de pessoas em pobreza severa passou de 0,7% para 0,5%
 (Keith Levit/Getty Images)

Pobreza: proporção de pessoas em pobreza severa passou de 0,7% para 0,5% (Keith Levit/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2014 às 09h18.

Brasília - O índice de brasileiros em situação de pobreza multidimensional caiu 22,5% em seis anos, revelou hoje (24) o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Segundo levantamento do órgão, a parcela da população brasileira com privação de bens caiu de 4% para 3,1%, entre 2006 e 2012.

A fatia da população próxima à pobreza multidimensional caiu de 11,2% para 7,4%.

A proporção de pessoas em pobreza severa passou de 0,7% para 0,5% na mesma comparação.

Os números constam do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2014.

Além de publicar o ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 187 países, o documento apresentou o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) para 91 países.

Foi divulgada também a comparação do IPM com anos anteriores de 39 deles.

Diferentemente do IDH, que estima o grau de desenvolvimento com base na expectativa de vida, na renda e na educação, o IPM usa critérios mais abrangentes para avaliar o padrão de vida de um país.

Esse índice leva em conta indicadores de saúde (nutrição e mortalidade infantil), educação (anos de estudo e taxa de matrícula) e a qualidade do domicílio (gás de cozinha, banheiro, água, eletricidade, piso e bens duráveis).

Outra diferença está no uso de dados nacionais. O IDH é construído com estatísticas do Banco Mundial, da Organização Mundial do Trabalho e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O Índice de Pobreza Multidimensional, no caso do Brasil, baseia-se na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo Andréa Bolzon, coordenadora do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, o IPM não permite a comparação entre países por causa da falta de padronização dos dados internacionais.

“A melhor maneira de comparar o Brasil é com ele mesmo. Os indicadores mostram que há uma evolução significativa na redução da pobreza multidimensional.”

De acordo com ela, o principal objetivo do IPM é retratar a pobreza não apenas em função da renda.

Pelos padrões internacionais, a linha de pobreza está fixada em US$ 1,25 por pessoa por dia.

“O Índice Multidimensional de Pobreza procura não captar apenas a renda, mas as condições materiais de sobrevivência.”

Pelo critério tradicional de medição, o índice de pobreza no Brasil é maior que a pobreza multidimensional.

De acordo com o Pnud, 6,14% da população brasileira ganhava menos que US$ 1,25 diários em 2012. No México, ocorre o contrário.

A pobreza multidimensional atingia 6% da população, enquanto a pobreza com base na renda mínima afetava apenas 0,72% no mesmo ano.

“O IPM, na verdade, reflete o modo de vida e a estrutura de cada sociedade”, esclarece a coordenadora.

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