Oposição critica possível nomeação de Eduardo à embaixada nos EUA
A possível indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada americana foi chamada por internautas de "embaixaria brasileira"
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de julho de 2019 às 14h19.
Última atualização em 12 de julho de 2019 às 14h22.
São Paulo - A possível nomeação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro , foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais nesta sexta-feira, 12. Por volta de 11h, era um dos oito assuntos mais abordados do Twitter. Mais cedo, outro termo usado pelos usuários para designar a situação foi "embaixaria brasileira".
Parlamentares da oposição aproveitaram para se posicionar sobre a situação. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) afirmou que vai acionar a Justiça caso a nomeação se confirme. "O deputado já deu sinal de que aceitaria, mas isso é nepotismo", escreveu. "O Art. 37 da nossa Constituição determina a observância aos princípios norteadores da Administração Pública, quais sejam: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, sendo, inclusive, autoaplicáveis".
Do mesmo partido, o senador Randolfe Rodrigues (AP), líder da oposição no Senado, disse que o grupo moverá as ações judiciais cabíveis e lutará contra a aprovação da indicação no plenário do Senado. "É um absurdo que isso seja ao menos cogitado! Bolsonaro quer fazer do governo o quintal da sua casa, uma extensão familiar. O presidente que ontem defendeu o trabalho infantil como 'meritocracia' hoje indica o próprio filho para assumir uma embaixada", escreveu.
Na quinta-feira, 11, o presidente Jair Bolsonaro justificou a nomeação dizendo que Eduardo "fala inglês, fala espanhol, há muito tempo roda o mundo todo e goza da amizade dos filhos do presidente Donald Trump. No meu entender poderia ser uma pessoa adequada e daria conta do recado perfeitamente".
O senador Humberto Costa (PT-PE), um dos principais representantes da oposição no Senado, questionou a nomeação. "Não estudou no Instituto Rio Branco, que prepara o corpo diplomático brasileiro, não cursou universidades de prestígio na área de Relações Internacionais, nunca serviu no exterior e tem experiência quase zero na área. Mas papai deu presente", escreveu.
A presidente de seu partido, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), usou uma mensagem publicada em uma rede social do ministro Sérgio Moro dizendo que "Poder público não é negócio de família" para se posicionar sobre a eventual nomeação.
Já aliados do governo como a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) elogiaram a intenção do presidente de nomear o seu filho. "Ganha o Brasil, ganha (sic) os EUA, ganha o planeta, com mais oportunidade de sanar os problemas de toda a Terra".