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Operador da Lava Jato quer ficar na Espanha por medo de ameaças

Advogado Rodrigo Durán Tacla pediu na Audiência Nacional da Espanha para não ser extraditado ao Brasil porque estaria sendo ameaçado de morte

Corrupção na Odebrecht: advogado de Durán afirmou que seu cliente pode ser assassinado se extraditado ao Brasil (Nacho Doce/Reuters)
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EFE

Publicado em 11 de maio de 2017 às 12h53.

Madri - Alvo da Operação Lava Jato por suspeita de ser um dos operadores do esquema de propinas pago pela Odebrecht, o advogado Rodrigo Durán Tacla pediu nesta quinta-feira na Audiência Nacional da Espanha para não ser extraditado ao Brasil porque estaria sendo ameaçado de morte e afirmou que não saiu do país para fugir da Justiça, mas sim porque tinha medo.

Na audiência de extradição realizada hoje no tribunal espanhol, Durán, que foi preso em Madri em novembro do ano passado, defendeu que tem nacionalidade espanhola e destacou que não pode voltar ao Brasil por "questões de segurança".

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"Apresentei uma denúncia porque recebi ameaças pelas redes sociais, por mensagens, contra minha mãe, minha família, e por telefone, quase todas as semanas. É por isso que estou na Espanha. E porque também sou espanhol", afirmou Durán.

O advogado explicou que viajou dos Estados Unidos, onde morava, para a Espanha. O objetivo era atender um requerimento da agência tributária, que tinha aberto uma fiscalização sobre empresas que ele tem no país, e também por temer por sua segurança.

Durán é acusado no Brasil pelos crimes de suborno, lavagem de dinheiro e associação criminosa por participar de um esquema que desviou 14 milhões de euros.

Durán saiu do Brasil em abril de 2016. Na audiência, afirmou que se mudou para os EUA por causa das ameaças que tinha recebido. Ao viajar para a Espanha, o advogado disse que não tinha conhecimento de que era alvo de uma ordem de prisão internacional.

O advogado de Durán afirmou que seu cliente pode ser assassinado se extraditado ao Brasil e que se mudou para a Espanha para fugir das ameaças, levando sua família.

A promotora responsável pelo caso, por outro lado, defendeu que Durán seja entregue ao Brasil. O crime de lavagem de dinheiro, segundo ela, não se limita a uma circunscrição concreta, sendo "globalizado" e tendo ocorrido em vários países.

Quanto à nacionalidade espanhola de Durán, a promotora negou o argumento da defesa porque os crimes são investigados no Brasil.

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