ONU critica abastecimento de água às vítimas de Mariana
Puxão de orelha: a ONU criticou o governo por não estar garantindo acesso à água às vítimas do desastre ambiental em Mariana
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2015 às 11h07.
Genebra - O relator das Nações Unidas para o Direito à Água e ao Saneamento Básico, o brasileiro Léo Heller, criticou o governo por não estar garantindo acesso à água às vítimas do desastre ambiental em Mariana, em Minas Gerais , e alerta que análises do Rio Doce revelaram "níveis de elementos tóxicos que superam os níveis aceitáveis".
Mais de um mês após o evento, centenas de milhares de pessoas dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo ainda sofrem com interrupções no abastecimento de água", alertou o relator da Organização das Nações Unidas (ONU) .
Essa é a terceira vez em duas semanas que a ONU emite um comunicado sobre o desastre no Brasil.
Nesta segunda-feira, 7, a entidade indicou que fará uma inspeção em Mariana, enquanto outro comunicado apontou que o caso não poderia ser visto como um acidente, mas, sim, um crime.
Agora, a preocupação é com a água. "Compreensivelmente, as pessoas estão preocupadas com a qualidade da água distribuída pelos sistemas de abastecimento que já foram restabelecidos. Também estão frustradas por receberem informações inconsistentes e inadequadas sobre a segurança da água, por parte das diferentes autoridades", disse Heller.
Segundo a ONU, algumas análises da água e dos sedimentos do Rio Doce revelaram "níveis de elementos tóxicos que superam os níveis aceitáveis".
"O governo deve fortalecer o monitoramento da água bruta e tratada, aperfeiçoar o tratamento de água e divulgar informação clara à população para proteger assim seus direitos humanos à água segura e ao esgotamento sanitário", pediu Heller.
O brasileiro admite que, "como medida de emergência", as autoridades públicas vêm distribuindo água em alguns pontos, e as companhias minerárias têm levado água engarrafada às áreas afetadas.
"No entanto, várias pessoas continuam expressando sua insatisfação com a distribuição de água, julgada insuficiente e desorganizada", declarou Heller.
Segundo ele, relatos apontam que as pessoas têm necessitado fazer filas durante horas para conseguir pequenas quantidades de água. Esse volume seria "insuficientes para manter práticas adequadas de esgotamento sanitário e de higiene".
"O descontentamento geral vem se aumentando devido à má gestão dessa crise no abastecimento de água, que já gerou algumas situações violentas e pode levar a mais agitação ainda", alertou o relator da ONU.
Para ele, o atendimento à população é uma obrigação do Estado.
"Relembro ao governo brasileiro que a lei internacional dos direitos humanos estabelece que o Estado tem a obrigação de intervir em situações como esta, proporcionando acesso à água segura e suficiente, bem como a alternativas para o esgotamento sanitário", completou Heller.
Genebra - O relator das Nações Unidas para o Direito à Água e ao Saneamento Básico, o brasileiro Léo Heller, criticou o governo por não estar garantindo acesso à água às vítimas do desastre ambiental em Mariana, em Minas Gerais , e alerta que análises do Rio Doce revelaram "níveis de elementos tóxicos que superam os níveis aceitáveis".
Mais de um mês após o evento, centenas de milhares de pessoas dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo ainda sofrem com interrupções no abastecimento de água", alertou o relator da Organização das Nações Unidas (ONU) .
Essa é a terceira vez em duas semanas que a ONU emite um comunicado sobre o desastre no Brasil.
Nesta segunda-feira, 7, a entidade indicou que fará uma inspeção em Mariana, enquanto outro comunicado apontou que o caso não poderia ser visto como um acidente, mas, sim, um crime.
Agora, a preocupação é com a água. "Compreensivelmente, as pessoas estão preocupadas com a qualidade da água distribuída pelos sistemas de abastecimento que já foram restabelecidos. Também estão frustradas por receberem informações inconsistentes e inadequadas sobre a segurança da água, por parte das diferentes autoridades", disse Heller.
Segundo a ONU, algumas análises da água e dos sedimentos do Rio Doce revelaram "níveis de elementos tóxicos que superam os níveis aceitáveis".
"O governo deve fortalecer o monitoramento da água bruta e tratada, aperfeiçoar o tratamento de água e divulgar informação clara à população para proteger assim seus direitos humanos à água segura e ao esgotamento sanitário", pediu Heller.
O brasileiro admite que, "como medida de emergência", as autoridades públicas vêm distribuindo água em alguns pontos, e as companhias minerárias têm levado água engarrafada às áreas afetadas.
"No entanto, várias pessoas continuam expressando sua insatisfação com a distribuição de água, julgada insuficiente e desorganizada", declarou Heller.
Segundo ele, relatos apontam que as pessoas têm necessitado fazer filas durante horas para conseguir pequenas quantidades de água. Esse volume seria "insuficientes para manter práticas adequadas de esgotamento sanitário e de higiene".
"O descontentamento geral vem se aumentando devido à má gestão dessa crise no abastecimento de água, que já gerou algumas situações violentas e pode levar a mais agitação ainda", alertou o relator da ONU.
Para ele, o atendimento à população é uma obrigação do Estado.
"Relembro ao governo brasileiro que a lei internacional dos direitos humanos estabelece que o Estado tem a obrigação de intervir em situações como esta, proporcionando acesso à água segura e suficiente, bem como a alternativas para o esgotamento sanitário", completou Heller.