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O MP tem na mão a palavra de um bandido, diz Haddad sobre acusação

A denuncia do MP acusa Haddad de ter enriquecido de forma ilegal, com base em depoimentos do ex-presidente e do ex-diretor financeiro da UTC

Haddad: o MP acusa o ex-prefeito de São Paulo de ter recebido R$ 2,6 milhões da campanha de 2012 pela UTC Engenharia (Suamy Beydoun/FuturaPress)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de agosto de 2018 às 16h40.

Última atualização em 28 de agosto de 2018 às 16h42.

Rio - O candidato a vice-presidente pelo PT na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Haddad , desqualificou a ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público de São Paulo na segunda-feira, 27. Segundo Haddad, a acusação está baseada na "palavra de um bandido". Além disso, o ex-prefeito sugeriu que a ação pode ter sido proposta para gerar um fato político, já que foi proposta às vésperas da eleição.

Na ação, o MP de São Paulo pede a condenação de Haddad por enriquecimento ilícito e sustenta que o ex-prefeito "tinha pleno domínio" sobre o pagamento, pela UTC Engenharia, de uma dívida de R$ 2,6 milhões da campanha de 2012 à Prefeitura com recursos de caixa 2. A acusação está baseada nos depoimentos de Ricardo Pessoa e Walmir Pinheiro, respectivamente ex-presidente e ex-diretor financeiro da UTC.

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"O MP tem na mão a palavra de um bandido", disse Haddad, em entrevista coletiva após participar de atos de campanha, no Rio. Segundo o candidato a vice-presidente, há registros de oito casos em que delações feitas por Pessoa não foram comprovadas. "Parece que foram oito inquéritos arquivados porque ele não consegue comprovar o que diz", afirmou Haddad.

O ex-prefeito sugeriu que o MP paulista atua politicamente, já que não investiga suspeitas de corrupção relacionadas ao governo do Estado de São Paulo. Segundo Haddad, em "24 anos de governo do PSDB, tem escândalo em todo o canto". "E não há nada, não há nenhum procedimento (de investigação)", disse o ex-prefeito.

Outro sinal de atuação política do MP paulista seria a proximidade com as eleições de outubro. "Uma coisa de três anos atrás aparece faltando 40 dias para a eleição?", questionou Haddad.

Haddad voltou a afirmar que a gráfica envolvida na acusação não confirmou ter prestado serviços para a campanha eleitoral de 2012. Em nota divulgada na segunda-feira, a assessoria do ex-prefeito e candidato a vice afirmou em nota que demonstrou com documentos que "todo o material gráfico produzido em sua campanha (a prefeito em 2012) foi declarado e que não havia razão para receber qualquer recurso não declarado da UTC".

Ainda segundo a nota, a UTC "teve seus interesses confrontados logo nos primeiros dias da gestão Haddad na Prefeitura de São Paulo, principalmente com a suspensão da construção do túnel da Avenida Roberto Marinho, cuja obra mostrava indícios claros de sobrepreço".

Na entrevista, Haddad voltou a dizer que o cancelamento dessa obra prejudicou a UTC.

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