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O futuro do PT (e de Dilma)

O processo de impeachment de Dilma Rousseff termina hoje, em sessão que começa às 11h. O dia de ontem teve choro da acusação e da defesa, e foi ocupado por discursos de 63 dos 81 senadores, numa maratona que se prolongou até as 2h30. Ficou para esta manhã a leitura da pergunta cabal: “Cometeu a acusada, a […]

DILMA ROUSSEFF: pa / Ueslei Marcelino / Reuters (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2016 às 06h08.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h52.

O processo de impeachment de Dilma Rousseff termina hoje, em sessão que começa às 11h. O dia de ontem teve choro da acusação e da defesa, e foi ocupado por discursos de 63 dos 81 senadores, numa maratona que se prolongou até as 2h30.

Ficou para esta manhã a leitura da pergunta cabal: “Cometeu a acusada, a senhora presidente da República, Dilma Vana Rousseff, os crimes de responsabilidade correspondentes à tomada de empréstimos junto a instituição financeira controlada pela União e à abertura de créditos sem autorização do Congresso Nacional, que lhes são imputados e deve ser condenada à perda do seu cargo, ficando, em consequência, inabilitada para o exercício de qualquer função pública pelo prazo oito anos?”

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O governo interino espera 61 votos favoráveis à efetivação de Michel Temer. Os jornais computam ao menos 55 votos para Temer. São necessários 54. A votação será aberta, nominal e no painel eletrônico, e deve ser realizada perto das 14h. Confirmadas as previsões, o que sobra ao PT e aliados? Cientistas políticos avaliam que a estratégia petista já está em curso, reforçada pelo discurso de Dilma Rousseff na última segunda-feira no Senado.

O partido se preocupa agora em montar uma narrativa para ser “absolvido pela história”. Petistas se valem do discurso de golpe para mostrar que Dilma foi perseguida e impedida com “frágil base jurídica”. A principal valia de petistas para emplacar a ideia é o fato de que o crime de responsabilidade apontado pela acusação ainda não é consenso nem mesmo nas altas instâncias. Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal, chegaram a dizer que inúmeras ações de chefes do Executivo poderiam ser enquadradas como crime de responsabilidade.

Para Fernando Schüler, cientista político do Insper, resta ao PT (e à esquerda brasileira como um todo) uma reflexão. “Deu certo no exterior a esquerda que incorporou a globalização e fez autocrítica. É o caso do Chile, que fugiu à tradição da esquerda latino americana”, diz o analista. “O PT não pode permanecer sobre a égide de pensamento dos anos 1960 e 1970. Tem que assumir erros e aceitar o mercado”.

O destino de Dilma é mais fácil de prever: confirmado o impeachment, ela terá 30 dias para deixar o Palácio da Alvorada rumo ao exílio em Porto Alegre.

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