Novas medidas do BC precisam ser contundentes para ancorar inflação

São Paulo – A desconfiança dos analistas em relação à estratégia utilizada pelo Banco Central no combate à inflação é um dos fatores que explicam a piora nas expectativas do mercado financeiro.

A avaliação é da economista-chefe da consultoria Rosenberg & Associados, Thaís Zara, que participou nesta segunda-feira (21) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.

“Num primeiro momento, existe essa desconfiança do mercado até porque há a percepção de que as taxas de juros não serão aumentadas tanto quanto seria necessário para você trazer a inflação de volta para a meta em 2012. A expectativa é de que as medidas macroprudenciais sejam bastante contundentes para que seja cumprida a meta em 2012. Sendo assim, os mercados estão aguardando ansiosamente essas medidas”, diz Thaís Zara.

Embora saliente que o tamanho do aperto monetário dependerá das novas medidas macroprudenciais, a economista projeta, por ora, apenas mais uma alta de meio ponto na Selic.

Quanto ao ajuste fiscal anunciado pelo governo, ainda restam incertezas. “Ainda há algumas dúvidas sobre a implementação do programa de cortes e se o pacote é suficiente para você esfriar a economia. (...) A questão toda é saber se a política fiscal vai ser contracionista ou simplesmente menos expansionista”, diz Thaís Zara.

Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem ao lado), a economista-chefe da consultoria Rosenberg & Associados analisa a política cambial no contexto da inflação e da indústria brasileira, e explica os principais fatores que pressionam os preços.