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Patriota diz que a manutenção de espionagem afeta relação

Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, surpreende John Kerry e rebate que transparência é a maior parceira no combate contra o terrorismo


	John Kerry e Antonio Patriota: ministro brasileiro diz que espionagem norte-americana pode enfraquecer confiança
 (Antônio Cruz/ABr)

John Kerry e Antonio Patriota: ministro brasileiro diz que espionagem norte-americana pode enfraquecer confiança (Antônio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2013 às 17h11.

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, cobrou hoje (13) do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, o fim do esquema de espionagem feito por agências dos Estados Unidos a cidadãos de seu país e do exterior. Segundo Patriota, se a prática for mantida, as relações entre os Estados Unidos e o Brasil podem se enfraquecer, por causa de dúvidas e desconfianças.

A reação do chanceler surpreendeu a Kerry, que prometeu mais informações às autoridades brasileiras, uma vez que Patriota exigiu explicações detalhadas sobre o monitoramento de dados feito no Brasil. No entanto, disse Patriota, apenas explicações não solucionam o impasse.

“Consideramos que os Estados Unidos não encontrarão melhor parceiro no combate ao terrorismo na medida em que as ações sejam levadas a cabo de forma transparente. Quando as ações são feitas de forma plena fortalecem a confiança. Quando há falta de informação, isso pode enfraquecer a confiança.”

O chanceler brasileiro reiterou que, se o impasse decorrente das denúncias de espionagem não for resolvido, como esperam as autoridades brasileiras, haverá riscos na relação positiva mantida pelos dois países. “Caso [as questões] não sejam resolvidas de modo satisfatório, corre-se o risco de haver uma sombra de confiança no nosso trabalho.”


Ao conceder entrevista ao lado de Kerry, Patriota lembrou que o governo brasileiro pediu explicações aos Estados Unidos, assim que vieram à tona as informações sobre o monitoramento de dados a cidadãos e autoridades do Brasil.

“Não podemos minimizar o tema da espionagem, pois temos um compromisso com a democracia, o bom governo, a abertura da sociedade civil. [Vivemos em um] espaço de democracia e justiça social”, disse o chanceler. Porém, o processo de esclarecimento não é um fim em si mesmo e prestar esclarecimentos não deve ser a única reação dos Estados Unidos às denúncias, ressaltou Patriota.

O chanceler lembrou que os países do Mercosul adotaram uma medida conjunta – cobrar da Organização das Nações Unidas (ONU) uma ação sobre as denúncias de espionagem –, que revela “uma preocupação legítima com práticas que possam ser atentatórias aos [direitos] dos indivíduos”.

A conversa entre Patriota e Kerry durou cerca de uma hora e meia. Foi o segundo encontro dos dois, depois que o norte-americano assumiu o cargo de secretário de Estado, em fevereiro. O primeiro encontro foi em maio.

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