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Maioria das negociações salariais têm aumento acima da inflação

Estudo publicado pelo Dieese mostra que 97% das negociações terminaram com reposição ou com aumento real para os trabalhadores

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - Nos últimos três anos, a quase totalidade dos trabalhadores que permaneceram no mesmo emprego conseguiu recuperar as perdas inflacionárias do período por meio de negociações salariais coletivas. É o que aponta um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgado hoje (26), em São Paulo (SP).

O balanço das campanhas salariais concluídas durante o primeiro semestre deste ano indica a manutenção da tendência de aumentos salariais acima da inflação. Segundo o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira, 97% das 290 negociações concluídas nos primeiros seis meses de 2010 resultaram em ganhos salariais iguais ou acima da inflação.

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Se analisadas apenas as negociações que resultaram em ganhos salariais reais (descontada a inflação), o resultado atingido no primeiro semestre de 2010 foi melhor dos últimos dois anos. Este ano, 87,9% (255 negociações) das campanhas resultaram em aumentos acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2008 e 2009 estes percentuais foram de, respectivamente, 75,2% e 76,6%. O melhor resultado registrado anteriormente havia ocorrido em 2007 (87,1%).

Enquanto em 2008 nenhuma categoria conseguiu conquistar mais de 5% de aumento acima da inflação, em 2010 ao menos 16 das 290 negociações (5,5%) resultaram em ganhos reais de salário acima deste patamar. Consequentemente, o percentual de categorias que não conseguiram recompor as perdas inflacionárias foi menor que nos últimos dois anos.

O número de campanhas salariais que culminaram na concessão de reajustes abaixo da inflação foi menor que o dos dois anos anteriores. Apenas 3,1% das negociações não recompuseram as perdas inflacionárias, percentual bem inferior aos 8,12% registrados em 2008 e 7,2% em 2009.

"Os resultados são extremamente positivos. O crescimento era esperado, mas não há dúvida de que 2010 está se configurando como o melhor ano para as negociações salariais e eu aposto que este ano venha a se configurar como o melhor [da história]". Para Oliveira, o bom momento pelo qual vem passando a economia brasileira nos últimos anos possibilitou negociações mais vantajosas para os trabalhadores. "O desafio agora é ampliar a participação da renda do trabalho na renda nacional, o que tem que ser feito via o debate da produtividade e de melhorias dos patamares salariais", conclui Oliveira.

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