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Negociações para libertação do palestino-brasileiro avançam

A greve de fome teve início no dia 11 de abril porque um ano e oito meses depois de ter cumprido a pena definida pelo governo palestino, Islam segue preso

Soldados israelenses fazem ronda: q negociação com Israel se faz necessária porque, uma vez liberado da prisão palestina, Hamed poderia voltar a ser preso a qualquer momento, dessa vez por autoridades israelenses (Ahmad Gharabli/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2015 às 12h27.

São Paulo - As negociações para a libertação do palestino-brasileiro, Islam Hamed, que há 26 dias está em greve de fome, estão avançando. As informações são do embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben.

"Em primeiro lugar, a resposta de Israel era negativa, agora Israel promete estudar o caso. Estamos tratando o máximo possível, sabendo muito bem que a solução está nas mãos de Israel”, disse Ibrahim em entrevista à EBC.

A greve de fome teve início no dia 11 de abril porque um ano e oito meses depois de ter cumprido a pena definida pelo governo palestino, Islam segue preso. Além de exigir sua libertação, ele também quer garantir o direito de ser repatriado em segurança para o Brasil.

Com 30 anos de idade, Hamed foi preso pela primeira vez aos 17 anos pelas autoridades de Israel , por atirar pedras em soldados. Desde então, nunca mais conseguiu ter uma vida normal. Foi condenado a cinco anos de prisão.

Cumpriu a pena, ficou nove meses em liberdade e foi preso pela segunda vez, na chamada detenção administrativa, modalidade em que, apesar de não haver acusações concretas, as pessoas podem ser mantidas presas por oferecer perigo à segurança de acordo com a avaliação de Israel.

Essa segunda prisão durou dois anos. Em 2010, Islam retomou sua atuação política de oposição ao governo palestino e meses depois, foi preso pela terceira vez, agora pelas autoridades palestinas.

Apesar de Islam estar preso na Palestina, a região é um território ocupado por Israel que controla toda a movimentação interna no país.

Apenas para sair de Nablus, onde ele está preso, até a cidade de Ramala, onde ficam o escritório da Representação Brasileira e a casa da família, é preciso passar por quatro checkpoints, bases de controle militar israelenses que determinam quem pode e quem não pode fazer o trajeto.

Além do controle interno, Israel também controla as fronteiras do território palestino, determinando quem entra e quem sai do País.

A negociação com Israel se faz necessária não apenas pelo controle do trajeto, mas porque, uma vez liberado da prisão palestina, Hamed poderia voltar a ser preso a qualquer momento, dessa vez pelo governo Israelense, já que, segundo o governo da Palestina, ele teria “pendências” junto ao governo de Israel.

A EBC entrou em contato com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel e, segundo o porta-voz do ministério, Alon Lavi, o envolvimento de Israel no caso seria uma questão política.

“Se ele está prisão em Nablus [de controle palestino] agora vocês tentam nos envolver? É um pouco estranho. É claro que isso é propaganda palestina contra Israel”, explicou. Até o fechamento da matéria, o porta-voz israelense não informou quais seriam as supostas “pendências” de Islam.

As negociações para libertação e repatriação do brasileiro, que é casado e tem um filho, também envolvem o governo brasileiro. Faz parte das negociações a recomendação de que ele seja acompanhado por autoridades brasileiras durante todo o trajeto até a chegada ao avião que o trará para o Brasil.

“A hora de entregá-lo à família, obviamente será com a presença das autoridades brasileiras e com a garantia de que, cruzando todos esses trajetos até a chegada ao avião, não aconteça nada de ruim para ele. Isso é para garantir a segurança. Para que ele possa sair no avião salvo, sadio, tranquilo, sem assédio, sem ser agredido e que não passe nada ruim para ele”, explicou o embaixador palestino.

Segundo a assessoria de imprensa do Itamaraty, a representação brasileira na Palestina está acompanhando o caso de perto com visitas consulares constantes. A última delas, realizada nessa terça-feira (5).

Islam segue ingerindo apenas líquidos e recebe visitas diárias de um médico palestino. Seu quadro de saúde é considerado estável. No entanto, a assessoria não tinha informações sobre o andamento das negociações junto ao governo palestino e não soube dizer se existe alguma interlocução com o governo de Israel.

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São Paulo - As negociações para a libertação do palestino-brasileiro, Islam Hamed, que há 26 dias está em greve de fome, estão avançando. As informações são do embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben.

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A greve de fome teve início no dia 11 de abril porque um ano e oito meses depois de ter cumprido a pena definida pelo governo palestino, Islam segue preso. Além de exigir sua libertação, ele também quer garantir o direito de ser repatriado em segurança para o Brasil.

Com 30 anos de idade, Hamed foi preso pela primeira vez aos 17 anos pelas autoridades de Israel , por atirar pedras em soldados. Desde então, nunca mais conseguiu ter uma vida normal. Foi condenado a cinco anos de prisão.

Cumpriu a pena, ficou nove meses em liberdade e foi preso pela segunda vez, na chamada detenção administrativa, modalidade em que, apesar de não haver acusações concretas, as pessoas podem ser mantidas presas por oferecer perigo à segurança de acordo com a avaliação de Israel.

Essa segunda prisão durou dois anos. Em 2010, Islam retomou sua atuação política de oposição ao governo palestino e meses depois, foi preso pela terceira vez, agora pelas autoridades palestinas.

Apesar de Islam estar preso na Palestina, a região é um território ocupado por Israel que controla toda a movimentação interna no país.

Apenas para sair de Nablus, onde ele está preso, até a cidade de Ramala, onde ficam o escritório da Representação Brasileira e a casa da família, é preciso passar por quatro checkpoints, bases de controle militar israelenses que determinam quem pode e quem não pode fazer o trajeto.

Além do controle interno, Israel também controla as fronteiras do território palestino, determinando quem entra e quem sai do País.

A negociação com Israel se faz necessária não apenas pelo controle do trajeto, mas porque, uma vez liberado da prisão palestina, Hamed poderia voltar a ser preso a qualquer momento, dessa vez pelo governo Israelense, já que, segundo o governo da Palestina, ele teria “pendências” junto ao governo de Israel.

A EBC entrou em contato com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel e, segundo o porta-voz do ministério, Alon Lavi, o envolvimento de Israel no caso seria uma questão política.

“Se ele está prisão em Nablus [de controle palestino] agora vocês tentam nos envolver? É um pouco estranho. É claro que isso é propaganda palestina contra Israel”, explicou. Até o fechamento da matéria, o porta-voz israelense não informou quais seriam as supostas “pendências” de Islam.

As negociações para libertação e repatriação do brasileiro, que é casado e tem um filho, também envolvem o governo brasileiro. Faz parte das negociações a recomendação de que ele seja acompanhado por autoridades brasileiras durante todo o trajeto até a chegada ao avião que o trará para o Brasil.

“A hora de entregá-lo à família, obviamente será com a presença das autoridades brasileiras e com a garantia de que, cruzando todos esses trajetos até a chegada ao avião, não aconteça nada de ruim para ele. Isso é para garantir a segurança. Para que ele possa sair no avião salvo, sadio, tranquilo, sem assédio, sem ser agredido e que não passe nada ruim para ele”, explicou o embaixador palestino.

Segundo a assessoria de imprensa do Itamaraty, a representação brasileira na Palestina está acompanhando o caso de perto com visitas consulares constantes. A última delas, realizada nessa terça-feira (5).

Islam segue ingerindo apenas líquidos e recebe visitas diárias de um médico palestino. Seu quadro de saúde é considerado estável. No entanto, a assessoria não tinha informações sobre o andamento das negociações junto ao governo palestino e não soube dizer se existe alguma interlocução com o governo de Israel.

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