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Não abusem da paciência do povo, diz Bolsonaro em críticas ao isolamento

O presidente disse que "estão empobrecendo a população para melhor dominá-la"

Bolsonaro voltou a reclamar da decisão do Supremo Tribunal Federal, que permitiu que governadores e prefeitos adotassem as medidas que julgam necessárias para conter a doença. (Marcos Corrêa/PR/Flickr)
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Reuters

Publicado em 10 de abril de 2021 às 16h17.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar duramente neste sábado as medidas de restrição de circulação adotadas por governadores e prefeitos para frear a disseminação do coronavírus, repetiu que o Exército não vai para as ruas obrigar ninguém a ficar em casa e disse que não se deve abusar da paciência do povo.

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"Tudo tem um limite, eu, todo meu governo, nós estamos do lado do povo", disse Bolsonaro em visita em casa de venezuelanas em São Sebastião, no Distrito Federal, que foi transmitida em suas redes sociais.

"Não abusem da paciência do povo brasileiro", acrescentou o presidente, que estava sem máscara.

No pior momento da pandemia no Brasil, com seguidos recordes de mortes devido à covid-19 e grandes números diários de infecções, o presidente afirmou que "a política do fica em casa, fecha o comércio está errada" e repetiu mais uma vez que o "o povo tem que trabalhar".

"Eu tenho poder para numa canetada fazer lockdown no Brasil todo, mas isso não será feito", disse.

Especialistas afirmam que medidas de restrição de circulação de pessoas são um dos meios mais efetivos para reduzir a disseminação do vírus, ainda mais considerando a lentidão no processo de vacinação da população.

Bolsonaro voltou a reclamar da decisão do Supremo Tribunal Federal, que permitiu que governadores e prefeitos adotassem as medidas que julgam necessárias para conter a doença.

"Lamento superpoderes que o Supremo Tribunal Federal deu a governadores e prefeitos para fechar inclusive salas, igrejas de cultos religiosos. É o absurdo dos absurdos", disse.

Para Bolsonaro, as medidas de restrição não são para salvar as vidas das pessoas mas sim para "sufocar a economia e desgraçar o Brasil de vez".

Desde o início da pandemia, Bolsonaro tem dado grande ênfase nas consequências da Covid-19 sobre a economia, externando em algumas ocasiões preocupações em relação ao seu próprio governo.

O presidente disse que "estão empobrecendo a população para melhor dominá-la" e advertiu servidores civis e militares que se a arrecadação do governo cair faltará recursos para pagar seus salários.

Ressaltando mais uma vez o discurso de que medidas como o toque de recolher adotado por alguns governadores são uma amostra de ditadura, o presidente destacou a importância da liberdade, repetindo que os militares não obrigarão as pessoas a permanecerem em casa --agora chamando de "nosso Exército", depois de ser bastante criticado por ter se referido mais de uma vez anteriormente como "meu Exército".

"Vocês estão tento experiência no Brasil um pouco o que é ditadura com essa política do fique em casa, toque de recolher, não pode ir à praia", disse.

"O nosso Exército não vai para rua obrigar o povo a ficar em casa, fique tranquilo", disse.

Repetindo uma expressão que passou a ser usada por ele próprio e outros integrantes do governo nos últimos dias, Bolsonaro disse que nunca fez nada fora das "quatro linhas da Constituição".

"O pessoal que me acusa de ditador, querer impor uma ditadura no Brasil nunca viram uma palavra minha, um só gesto que eu fugisse fora das quatro linhas da Constituição. Outros fogem, os que me acusam, muitos agem fora das quatro linhas da Constituição."

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