Na Bahia, Temer acelera a agenda de candidato para as eleições de 2018
ÀS SETE - Tudo indica que, daqui em diante, o presidente sairá mais de Brasília para tentar melhorar seu número de eleitores
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2018 às 06h24.
Última atualização em 23 de março de 2018 às 07h15.
Depois de admitir publicamente pela primeira vez que “não é improvável” que venha a tentar a reeleição em outubro, o presidente Michel Temer (MDB) reforçou sua agenda de candidato.
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Nesta sexta-feira, Temer estará presente em diversos eventos no Nordeste. Pela manhã, estará em Xique-Xique, na Bahia, inaugurando o Baixio do Irecê, um projeto de irrigação no semiárido do estado.
Durante a tarde, o presidente vai até Pernambuco, na inauguração da ampliação da fábrica da Fiat-Chrysler em Goiana, na região Metropolitana de Recife.
A mesma fábrica foi visitada por Dilma Rousseff (PT) durante a campanha da reeleição em 2014 e a ida de Temer ao local tem, além de tudo, um tom simbólico. A intenção é ganhar capital político com a melhoria do ambiente econômico.
Ao ir para o Nordeste, o principal polo de votos petistas no país, a intenção do presidente é aumentar sua micropopularidade – de 4,3%, de acordo com uma pesquisa divulgada no início do mês pela CNT/MDA.
Tudo indica que, daqui em diante, Temer sairá mais de Brasília para tentar melhorar esse número. Especialistas costumam dizer que uma aprovação abaixo de 40% torna muito difícil a reeleição – abaixo de 30% ela seria impossível.
Sabendo disso, auxiliares de Temer dizem que ele não tem nada a perder e, ao fazer campanha, ao menos tentaria salvar sua biografia e não entrar para a história como o ex-presidente José Sarney, que não teve nenhum candidato defendendo o seu governo nas eleições de 1989.
Além disso, o presidente estaria analisando a possibilidade de ter o ministro da Fazenda Henrique Meirelles (PSD) como vice em sua chapa. Meirelles, não é segredo, gostaria de ser o candidato governista, mas está em uma sinuca.
Teria que se filiar a outro partido para poder concorrer – o PSD deve apoiar Geraldo Alckmin (PSDB). O próprio MDB seria uma opção, mas Temer passou a postular a vaga.
Por causa dos prazos de desincompatibilização e de filiação, a decisão de Meirelles teria que ser tomada antes de ter a certeza da posição final de Temer.
De acordo com relatos, o ministro repete a interlocutores que recusou ser vice da chapa de Dilma e de Aécio Neves (PSDB) em 2014 e que seu pensamento não mudou. A ver de que forma os acontecimentos das próximas semanas definirão a agenda governista nas eleições de 2018.