MP vai denunciar policial por crime doloso contra jovem
O Ministério Público irá denunciar o policial militar Márcio José Watterlor pela morte da Haíssa Vargas Motta, de 22 anos, durante abordagem policial
Da Redação
Publicado em 12 de janeiro de 2015 às 20h49.
Rio de Janeiro -A 9ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal, da 3ª Central de Inquéritos, oferecerá amanhã (13) denúncia contra o policial militar Márcio José Watterlor, pela morte da Haíssa Vargas Motta, de 22 anos.
Segundo o Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro , o policial será denunciado pelo crime de homicídio doloso.
A jovem foi assassinada em agosto do ano passado, em Nilópolis, na Baixada Fluminense.
A ação policial que terminou na morte de Haíss durante uma abordagem policial veio a público no último fim de semana, com a divulgação de um vídeo gravado pela câmera do carro da Polícia Militar (PM) usado pelos policiais envolvidos na ação.
O vídeo foi divulgado no site da revista Veja, decorridos cerca de cinco meses da morte de Haíssa.
Ao comentar o caso, a Polícia Civil disse que os envolvidos na morte da jovem foram afastados de suas funções após o ocorrido e já respondem a inquérito policial militar, aberto pelo comando da corporação à época do ocorrido e já em fase de conclusão.
As imagens que revelaram as circunstâncias da morte de Haíssa foram analisadas hoje (12) pelo especialista em segurança Paulo Storani, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), em entrevista à Agência Brasil. De acordo com Storani, na ação os policiais desobedeceram a todos os protocolos estabelecidos pela PM, no que se refere à técnica de abordagem de veículos. Para ele, no momento em que o policial resolveu fazer a abordagem, baseado em uma fundada suspeita, poderia tomar a decisão, desde que essa fundada suspeita fosse baseada em um conhecimento técnico e na própria experiência do policial. A partir daí, ele deveria desencadear uma série de ações.
"Primeiro, teria que comunicar ao Centro de Operações da Polícia sua decisão de abordar, em que circunstância, qual era o veículo e qual a placa. Então, a instituição estaria ciente do tipo de abordagem que estava sendo feita. Esse procedimento foi totalmente desconsiderado. Em um segundo momento, eles [policiais] tinham que dar ciência aos ocupantes do veículo que estava sendo abordado que eles tinham de parar, o que não foi feito", explicou Storani.
De acordo com o especialista, os policiais descumpriram as normas da PM sobre situações de abordagem e, por isso, devem responder pela morte da jovem. Ele criticou a corporação por não fiscalizar adequadamente as ações de seus comandados: "essa prática, destoante de toda a teoria, de todas as técnicas estabelecidas, significa que falta acompanhamento do administrador, do gestor, do comandante desses policiais. O controle de desempenho é fundamental", afirmou.
Rio de Janeiro -A 9ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal, da 3ª Central de Inquéritos, oferecerá amanhã (13) denúncia contra o policial militar Márcio José Watterlor, pela morte da Haíssa Vargas Motta, de 22 anos.
Segundo o Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro , o policial será denunciado pelo crime de homicídio doloso.
A jovem foi assassinada em agosto do ano passado, em Nilópolis, na Baixada Fluminense.
A ação policial que terminou na morte de Haíss durante uma abordagem policial veio a público no último fim de semana, com a divulgação de um vídeo gravado pela câmera do carro da Polícia Militar (PM) usado pelos policiais envolvidos na ação.
O vídeo foi divulgado no site da revista Veja, decorridos cerca de cinco meses da morte de Haíssa.
Ao comentar o caso, a Polícia Civil disse que os envolvidos na morte da jovem foram afastados de suas funções após o ocorrido e já respondem a inquérito policial militar, aberto pelo comando da corporação à época do ocorrido e já em fase de conclusão.
As imagens que revelaram as circunstâncias da morte de Haíssa foram analisadas hoje (12) pelo especialista em segurança Paulo Storani, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), em entrevista à Agência Brasil. De acordo com Storani, na ação os policiais desobedeceram a todos os protocolos estabelecidos pela PM, no que se refere à técnica de abordagem de veículos. Para ele, no momento em que o policial resolveu fazer a abordagem, baseado em uma fundada suspeita, poderia tomar a decisão, desde que essa fundada suspeita fosse baseada em um conhecimento técnico e na própria experiência do policial. A partir daí, ele deveria desencadear uma série de ações.
"Primeiro, teria que comunicar ao Centro de Operações da Polícia sua decisão de abordar, em que circunstância, qual era o veículo e qual a placa. Então, a instituição estaria ciente do tipo de abordagem que estava sendo feita. Esse procedimento foi totalmente desconsiderado. Em um segundo momento, eles [policiais] tinham que dar ciência aos ocupantes do veículo que estava sendo abordado que eles tinham de parar, o que não foi feito", explicou Storani.
De acordo com o especialista, os policiais descumpriram as normas da PM sobre situações de abordagem e, por isso, devem responder pela morte da jovem. Ele criticou a corporação por não fiscalizar adequadamente as ações de seus comandados: "essa prática, destoante de toda a teoria, de todas as técnicas estabelecidas, significa que falta acompanhamento do administrador, do gestor, do comandante desses policiais. O controle de desempenho é fundamental", afirmou.