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Ministros de Lula reforçam campanha por Massa na Argentina: 'Fortalece o Mercosul'

Neste domingo, 22, ficou definido que Massa vai para o segundo turno com Javier Milei, candidato libertário que levanta bandeiras similares às de Jair Bolsonaro (PL)

Ao parabenizar Massa, Padilha compartilhou uma foto publicada pelo atual presidente, Alberto Fernández, de quem o governo é próximo (Tomas Cuesta/Getty Images)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 23 de outubro de 2023 às 16h29.

Ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçaram nas redes sociais a campanha por Sergio Massa , candidato peronista à presidência da Argentina. Ele enfrentará o libertário Javier Milei no segundo turno das eleições. Uma possível vitória de Milei no pleito é motivo de preocupação para o Brasil, já que o candidato defende a saída do país vizinho do Mercosul e o rompimento com a gestão de Lula.

Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secretaria Especial de Comunicação), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) parabenizaram Massa por ter chegado à segunda etapa do pleito e torceram pela sua vitória. Fernando Haddad (Fazenda) disse que acompanha a disputa "com interesse por causa do Mercosul".

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Neste domingo, 22, ficou definido que Massa vai para o segundo turno com Javier Milei, candidato libertário que levanta bandeiras similares às de Jair Bolsonaro (PL). Os dois trocaram apoios e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chegou a ir para a Argentina acompanhar a votação no primeiro turno. Milei é crítico de Lula, e já chamou o petista de "ladrão", "comunista" e "presidiário". Além disso, prometeu que, se for eleito, cortará relações comerciais com o Brasil.

"Não dá para comentar o resultado de eleição, até porque tem segundo turno. Mas acompanhamos com interesse por causa do Mercosul. Sou integracionista. É importante uma América do Sul mais integrada, negociando com a União Europeia de forma mais forte", disse Haddad nesta segunda-feira, 23, enquanto chegava ao Ministério da Fazenda.

Governo brasileiro em relação às eleições argentinas

Ao parabenizar Massa, Padilha compartilhou uma foto publicada pelo atual presidente, Alberto Fernández, de quem o governo é próximo. "Na torcida para que aqueles que desprezam a vida e a democracia sejam derrotados", escreveu o ministro das Relações Institucionais.

No final da apuração, Pimenta publicou uma foto ao lado de Fernández, junto de Lula e de Sergio Massa, parabenizando o amigo. "Viva o povo argentino", escreveu o ministro. Antes disso ele havia publicado outra foto ao lado do presidenciável, classificando o resultado do primeiro turno da votação como "uma forte resposta do povo argentino nas urnas".

O interesse do governo brasileiro na eleição de Massa é forte, não só pela questão ideológica, mas também pela econômica. A vitória de Milei ameaça a ampliação da influência brasileira na América Latina. Recentemente, o Equador elegeu Daniel Noboa, um candidato que se apresentou como centro-esquerda, mas que tem propostas liberais.

Empréstimo bilionário

O Brasil votou a favor da liberação de um empréstimo bilionário para a Argentina, mesmo com o país sem crédito, o que ajuda o candidato governista, Sergio Massa. Milei acusou Lula de prejudicar a sua candidatura.

Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, classificou como "boas notícias" a definição para o segundo turno. "Vibramos com a decisão deste país irmão de seguir lutando por democracia, desenvolvimento soberano com justiça social e na busca por equidade e pela superação das desigualdades sociais", escreveu nas redes sociais.

As manifestações mais contundentes vieram do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Além de parabenizar Massa e torcer pela sua vitória como sendo o "caminho que fortalece o Mercosul", ele alfinetou o apoio do filho do ex-presidente ao candidato libertário. "Quantos votos você acha que Eduardo Bolsonaro fez Javier Milei perder pelo apoio que deu?"

Porte de armas

O deputado federal foi ironizado ao vivo na televisão argentina ao defender o porte de armas como "legítima defesa". O jornalista lembrou que Jair Bolsonaro foi derrotado nas eleições e a transmissão da entrevista foi cortada.

No começo da votação, Texeira disse nas suas redes sociais: "chega de presidentes negacionistas, que cultivam ódio e destroem direitos".

Nas eleições deste domingo, Massa e Milei tiveram votações próximas. O candidato do governo obteve 36,8% dos votos e seu adversário, 30,04%. O segundo turno está marcado para o dia 19 de novembro.

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