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Ministério libera R$ 60 milhões para a saúde do Rio de Janeiro

"Esses recursos chegam na hora certa. Todo mundo sabe que medicina hoje é feita com equipamentos", disse Crivella

Marcelo Crivella: Segundo o prefeito, os hospitais serão equipados já nos próximos meses (Tomaz Silva/Agência Brasil)
AB

Agência Brasil

Publicado em 4 de janeiro de 2018 às 22h06.

O prefeito do Rio de Janeiro , Marcelo Crivella, anunciou hoje (4) que o governo federal irá repassar ao município R$ 60 milhões para ser destinado à saúde. O acordo foi fechado com o Ministério de Saúde e prevê que R$ 45 milhões sejam investidos exclusivamente na compra de equipamentos. Os R$ 15 milhões restantes serão utilizados para procedimentos de média e alta complexidade.

O anúncio ocorreu na sede da prefeitura do Rio e foi acompanhado por diretores de diversas unidades das redes municipais, tais como dos hospitais Miguel Couto, Souza Aguiar, Lourenço Jorge, Pedro II e Salgado Filho. Gestores de maternidades também estiveram presentes.

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Na lista dos equipamentos citados por Crivella estão 920 camas manuais, 10 aparelhos de raio-x motorizados e cinco não-motorizados, 70 aparelhos de anestesia, nove tomógrafos, duas ultrassonografias, 120 berços e mais de 600 computadores. Uma câmara de ressonância magnética, no valor de R$ 3,2 milhões, será destinada ao Hospital Miguel Couto. Será o primeiro equipamento do tipo na rede municipal de saúde do Rio de Janeiro. A expectativa é de que ele ajude a reduzir a grande fila de pacientes cujos diagnósticos necessitam de uma ressonância.

"Esses recursos chegam na hora certa. Todo mundo sabe que medicina hoje é feita com equipamentos. E esses equipamentos na rede privada são poucos e os exames são caríssimos. Agora, a chegada destes equipamentos na rede pública é uma grande notícia logo no início do ano", disse Crivella. Ele agradeceu a mobilização da bancada de parlamentares do Rio de Janeiro, que teria sido fundamental para a obtenção dos recursos.

Segundo o prefeito, os hospitais serão equipados já nos próximos meses. "A notícia que eu tive hoje do ministro [da Saúde, Ricardo Barros] é que os recursos foram empenhados. Uma vez empenhados, eles vão para o Fundo Nacional de Saúde e depois são repassados para o Fundo Municipal de Saúde. Nós acreditamos que ainda no primeiro semestre deste ano teremos os equipamentos já instalados e funcionando".

Ele disse ainda que os R$15 milhões destinados a procedimentos de média e alta complexidade ajudarão a reduzir as filas. Entre os beneficiados, ele citou os pacientes que aguardam cirurgia de catarata.

O secretário municipal de saúde, Marco Antonio de Mattos, acrescentou que além dos R$ 60 milhões acordados com o Ministério da Saúde, outros R$12 milhões devem chegar aos cofres do município. O montante se refere a serviços realizados pela rede municipal que até então não eram ressarcidos pelo governo federal, mas que passarão a ser.

Crise

A situação na saúde do Rio de Janeiro vem provocando mobilizações de diversas categorias. No mês passado, os conselhos regionais profissionais de medicina, nutrição, fonoaudiologia e fisioterapia decretaram "calamidade pública técnica". A iniciativa foi tomada com o objetivo de alertar para a crise que afeta hospitais e outras unidades de saúde e pressionar os governos por uma solução.

Na ocasião, o presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremerj), Nelson Nahon, responsabilizou o município, o governo do estado e o Ministério da Saúde. Ele manifestou grande preocupação com os seis hospitais federais sediados no Rio de Janeiro. Ao falar especificamente da rede municipal, Nahon criticou a redução do orçamento destinado pela prefeitura.

Crivella atribuiu as dificuldades de seu primeiro ano de mandato a compromissos herdados da gestão anterior, como as dívidas relacionadas com as Olimpíadas. O prefeito também lamentou os baixos valores transferidos ao município pelo governo federal. "Estou celebrando esse repasse para a saúde, mas não deixo de lembrar que o governo federal arrecada na cidade do Rio de Janeiro R$120 bilhões por ano. É o imposto de renda de vocês. Tributos como PIS e Cofins pagos pelas empresas também. E quanto volta para nós? R$4 bilhões", disse.

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