Meirelles: ele pode concorrer às eleições para presidência em outubro (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de abril de 2018 às 15h00.
Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que se filiou nesta terça-feira, 3, ao MDB, disse que deixará a pasta "até sexta-feira", mesmo sem a garantia de que será o candidato à Presidência pelo partido.
"Estamos, no momento, entrando no partido e coloco meu nome à disposição do partido para discutirmos os próximos passos", disse, em coletiva de imprensa após o evento na sede do MDB, em Brasília, que contou com a participação de caciques do partido, incluindo o presidente Michel Temer.
Sobre sua saída da Fazenda, mesmo sem garantia, Meirelles disse inicialmente que essa seria uma decisão a ser tomada nos "próximos dois dias", mas depois, diante ainsistência dos repórteres, admitiu: "devo ficar até a sexta-feira, essa é a data definida".
Meirelles reiterou que tem "um projeto de candidatura à Presidência", mas que a composição da chapa que concorrerá pelo partido ainda será discutida e levará em conta pesquisas.
"Vamos aguardar", afirmou, completando que considera essa decisão "um pouco cedo dentro do processo eleitoral". "Agora entrando no partido, vamos discutir quais os próximos passos e evidentemente qual a melhor composição partidária", destacou. "É importante que isso (candidatura) tenha sucesso eleitoral."
Questionado se a Operação Skala, que chegou a prender pessoas próximas a Temer, seria um ponto a seu favor para ser o cabeça de chapa no lugar do presidente, Meirelles afirmou que "isso não está sendo objeto de discussão neste momento".
"Na medida em que a definição dos candidatos de partido vai ocorrer na convenção, no mês de agosto, quando estiver se aproximando teremos essa definição", disse Meirelles.
Tentando se esquivar de respostas mais assertivas sobre a candidatura do MDB, Meirelles disse queo importante é que "se reconheça o que aconteceu no País, na economia" e afirmou que esse legado tem que ser defendido.
Na avaliação do ministro, ainda é um pouco cedo dentro do processo eleitoral para que a população reconheça o crescimento dessa "sensação de bem-estar".
"É muito importante que aguardemos para que aconteça o inevitável, que o crescimento econômico e da renda aumente cada vez mais a sensação de bem-estar da sociedade e isso vai se refletir nos índices (eleitorais)", avaliou.
Meirelles disse que sua meta é "poder contribuir com o País". "O importante é isso: o meu compromisso de fato de servir ao País. Já o fiz em outras posições", destacou lembrando, por exemplo, sua passagem pelo Banco Central. Meirelles foi presidente da autoridade monetária durante todo o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante seu discurso no ato de filiação, o ministro, inclusive, usou uma frase que era bastante utilizada pelo ex-presidente petista de que o país só seriajusto "quando o filho do operário tiver as mesmas oportunidades de um filho de um médico". "E igualdade de oportunidades não é uma bandeira da esquerda ou da direita", alfinetou.