Matheusa foi morta ao tentar tirar fuzil de traficante no Rio, diz polícia
De acordo com o inquérito, a estudante foi assassinada enquanto passava por um "tribunal do crime" no Morro do Dezoito
Clara Cerioni
Publicado em 7 de janeiro de 2019 às 11h11.
Última atualização em 7 de janeiro de 2019 às 11h23.
São Paulo — A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu que a estudante da UFRJ Matheus Passarelli Simões Vieira, conhecida como Matheusa, 21 anos, foi morta por um tiro de fuzil, no Morro do Dezoito, em Água Santa, na Zona Norte carioca. A jovem desapareceu em 29 de abril do ano passado e seu corpo nunca foi encontrado.
De acordo com o inquérito, revelado pelo jornal Extra neste domingo (7), a estudante foi assassinada após tentar tirar o fuzil de um dos traficantes, enquanto passava por um "tribunal do crime".
"No inquérito concluiu-se que Matheusa se desentendeu com os traficantes locais e tentou pegar a arma de um deles, sendo alvejada e seu corpo ocultado dentro da comunidade", diz a Polícia Civil.
Aluna de Artes Visuais da UFRJ, a jovem, que se identificava como não-binária (quem não se identifica nem como homem nem como mulher), desapareceuapós deixar uma festa de aniversário na Rua Cruz e Souza, no bairro do Encantado, Zona Norte do Rio.
Os investigadores concluíram que ela saiu da festa completamente desorientada.Segundo a polícia, ela falava frases desconexas e estava sem roupa quando foi abordada por bandidos no Morro do 18 e levada para o alto da favela, onde passou pelo "tribunal do crime". Sem saber explicar o que fazia no local, a jovem foi assassinada.
Dois traficantes acusados de ordenar que o corpo fosse incinerado tiveram a prisão decretada pela Justiça: Genilson Pereira, conhecido como GG, e Messias Texeira, chefe do tráfico do Morro do 18. Eles são acusados de homicídio doloso e ocultação de cadáver. De acordo com a polícia, Matheusa foi baleada, esquartejada e incinerada. Por isso o corpo não foi encontrado.