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Boris Johnson suspende Parlamento britânico; Lula pede anulação de condenações; Morte por sarampo em SP
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2019 às 07h10.
Última atualização em 29 de agosto de 2019 às 08h18.
Congresso mantém pena para fake news
O Plenário do Congresso Nacional recuperou nesta quarta-feira (28) o trecho do Código Eleitoral que criminaliza a disseminação de denúncias caluniosas contra candidatos em eleições. Os parlamentares derrubaram o veto presidencial (VET 17/2019) sobre o dispositivo da Lei 13.834, de 2019 que tipifica essa conduta. A lei estabeleceu como crime no Código Eleitoral (Lei 4737, de 1965) a instauração de investigação, processo ou inquérito contra candidato que seja sabidamente inocente. A pena é de dois a oito anos de prisão, além de multa. O texto original da lei estendeu a mesma punição a quem replicar a denúncia. Jair Bolsonaro vetou integralmente um projeto que tornava obrigatória a prestação de assistência odontológica a pacientes em regime de internação hospitalar, aos portadores de doenças crônicas e aos pacientes em regime de atendimento ou de internação domiciliar. O governo alegou inconstitucionalidade na proposta.
Defesa de Lula pede anulação de condenações
Depois que a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou a condenação do ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, em um processo da Lava-Jato, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu, por meio de um habeas corpus, que o Supremo anule todas as condenações contra o petista proferidas pelo ex-juiz federal Sergio Moro, atual ministro da Justiça. A defesa de Lula ainda pede uma liminar que solte o ex-presidente. O pedido inclui a sentença a 12 anos e 11 meses de prisão, imposta pela juíza Gabriela Hardt, no processo do sítio de Atibaia e a condenação imposta por Moro, a 9 anos e 6 meses no caso triplex, e depois reduzida pelo Superior Tribunal de Justiça a 8 anos e 10 meses. Os advogados também pedem a suspensão do processo em que o petista é acusado de receber supostas propinas de 12,5 milhões de reais da Odebrecht, na forma de um imóvel em São Paulo onde supostamente seria sediado o Instituto Lula e de um apartamento vizinho à residência do petista em São Bernardo do Campo.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que está “entre a cruz e a espada” para decidir se vai vetar ou não pontos na Lei de Abuso de Autoridade, segundo a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP). Bolsonaro fez o comentário, de acordo com ela, durante a reunião para discutir a proposta com parlamentares, ministros e entidades. O prazo para o presidente sancionar o texto vai até o dia 5 de setembro. “Ao final (da reunião), o presidente disse: ‘estou entre a cruz e a espada. Se eu vetar tudo, crio um problema com parte do Congresso e obviamente a população vai aplaudir. Se eu não vetar nada, crio um problema com a população.’ Ele está ponderando muito”, disse Joice. Ela afirmou que Bolsonaro não adiantou o que exatamente vetará, mas garantiu que ele irá vetar “alguns pontos” da proposta. Entre eles, destacou o artigo que prevê como crime de abuso de autoridade o uso de algemas quando o preso não mostra resistência.
Primeira morte por sarampo na cidade de São Paulo
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou a primeira morte por sarampo na cidade de São Paulo nesta quarta-feira, dia 28. A vítima é um homem de 42 anos que não tinha registro de vacinas e possuía vulnerabilidade para infecções. O óbito também é o primeiro registrado no Estado neste ano, que teve mortes pela doença no último surto da doença em 1997. “O paciente faleceu em 17 de agosto e a morte por sarampo foi confirmada hoje. Ele tinha uma condição clínica que o deixava vulnerável a infecções”, explicou Solange Maria Saboia, diretora da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa). A capital paulista contabiliza 1.637 casos confirmados da doença que é altamente contagiosa e grave. No Estado de São Paulo, foram confirmados 2.457 casos da enfermidade. Uma campanha de vacinação é realizada pela Prefeitura de São Paulo até este sábado, dia 31. A ação foi iniciada em junho e é voltada para a população entre 15 e 29 anos. Crianças entre 6 meses e 1 ano também estão sendo vacinadas. De acordo com a diretora da Covisa, 41,4% dos jovens e 62,9% dos bebês foram imunizados.
BNDES tem alta de 190% no lucro do primeiro semestre
O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta quarta-feira, 28, que teve lucro líquido de 13,8 bilhões de reais no primeiro semestre deste ano, resultado que representa crescimento de 190% em comparação com o lucro de 4,76 bilhões de reais do mesmo período de 2018. O resultado das participações societárias do banco foi o principal responsável pelo lucro, já que houve crescimento de 228,4%. O produto de intermediação financeira também teve papel destacado pelo BNDES, com aumento de 21,8% de janeiro a junho, na comparação com o mesmo período de 2018. Os ativos do BNDES tiveram redução de 0,4%, apesar do pagamento de 30 bilhões de reais em antecipações ao Tesouro Nacional. Com o resultado, os ativos do banco permaneceram perto de 800 bilhões de reais, o que se deve ao resultado positivo da venda de ações, da valorização da carteira de participações societárias e de operações compromissadas de terceiros.
Google vai transferir produção de celulares da China para o Vietnã
O Google, da Alphabet, está transferindo sua produção do smartphone Pixel da China para o Vietnã a partir deste ano, conforme monta uma cadeia de fornecimento barata no sudeste da Ásia, informou o diário econômico Nikkei nesta quarta-feira, 27. A medida ocorre em um momento em que os custos trabalhistas estão subindo na China, junto com a pressão das tarifas adicionais, devido às tensões comerciais entre China e EUA em curso. A gigante da internet planeja retirar a maior parte de seu hardware da China, incluindo os smartphones Pixel e seu assistente inteligente Google Home, segundo o Nikkei. A empresa planeja entregar entre 8 e 10 milhões de smartphones este ano, o dobro de um ano atrás.
Itaúsa está perto de comprar Liquigás por R$ 3,5 bi
Um grupo liderado pela brasileira Itaúsa Investimentos SA está prestes a comprar a distribuidora de gás em botijão da Petrobras, a Liquigás, já que sua oferta de 3,5 bilhões de reais está afastando rivais, disseram pessoas com conhecimento do assunto à agência Bloomberg. O Mubadala Investment Co., de Abu Dhabi, e a brasileira Consigaz Distribuidora de Gás Ltda, que poderiam ter tentado superar a Itaúsa em uma segunda rodada de ofertas, planejam abandonar a disputa junto com seus sócios, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as discussões são privadas. A Liquigás Distribuidora SA, a fornecedora de gás liquefeito de petróleo para cozinhar para cerca de 35 milhões de lares no Brasil, é apenas o mais recente ativo que a Petrobras está vendendo para cortar dívidas e focar na exploração e produção de petróleo. A Itaúsa, holding das famílias Setubal e Villela, e seus sócios Copagaz Distribuidora de Gás Ltda. e Nacional Gás Butano fizeram a maior oferta pela Liquigás, disse a Petrobras em documento na última sexta-feira.
Boris Johnson suspende Parlamento britânico
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, informou nesta quarta-feira, 28, que suspenderá o Parlamento britânico por cinco semanas a partir de setembro. A medida reduz o tempo disponível para os deputados aprovarem qualquer legislação para barrar um Brexit sem acordo. Em carta enviada aos deputados para explicar seus planos, o líder conservador disse que uma nova legislatura começará em 14 de outubro, com um discurso da rainha Elizabeth II sobre as prioridades do governo. Atualmente, o Parlamento está em recesso até 3 de setembro. Quando retornassem de suas férias, os legisladores poderiam tentar passar uma lei para barrar um Brexit sem acordo com a União Europeia (UE) ou mesmo votar uma moção de desconfiança contra o governo Johnson. A medida anunciada nesta quarta pretende suspender as atividades a partir da segunda semana de setembro até 14 de outubro. Para a imprensa britânica e muitos dos deputados, o objetivo é reduzir o tempo que o Parlamento terá, a partir da semana que vem, para aprovar qualquer uma dessas medidas.
Oposição reage
Políticos da oposição, e até mesmo alguns membros do Partido Conservador de Johnson, reagiram ao anúncio com indignação. O presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, divulgou um comunicado em que classificou a medida como “um ultraje constitucional” e um projeto criado “para impedir o Parlamento de debater o Brexit e cumprir seu dever em construir um futuro para o país”. Ian Blackford, líder em Westminster do Partido Nacionalista Escocês, disse que o primeiro-ministro fez um “golpe de Estado” e se comporta como um “ditador”, com uma iniciativa “profundamente antidemocrática”. A saída do Reino Unido da UE está prevista para 31 de outubro. Até agora, os britânicos não chegaram a um consenso com os europeus para um acordo de divórcio e Johnson afirma que concretizará o Brexit na data estipulada, mesmo sem um pacto.
Itália: PD e M5S anunciam acordo para nova coalizão
A direção do Partido Democrático (PD) da Itália decidiu nesta quarta-feira, 28, retirar o veto à manutenção de Giuseppe Conte no cargo de primeiro-ministro – uma exigência do Movimento 5 Estrelas (M5S), liderado por Luigi Di Maio. Além disso, permitiu que seu secretário nacional, Nicola Zingaretti, transmitisse ao presidente do país, Sergio Mattarella, a disposição da sigla de “verificar as condições políticas e programáticas e contribuir para dar vida a um novo governo”. O porta-voz da presidência confirmou que Mattarella convidou Conte para um encontro amanhã às 9h30 (horário local), quando a formação deste novo governo deve ser anunciada formalmente. “Hoje, após a temporada consumida pela crise desejada pela Liga [que rompeu a coalizão anterior], Giuseppe Conte será o candidato indicado pelo 5-Estrelas para a liderança de um governo fundado sobre plano e programa diferentes”, afirmou Zingaretti aos correligionários do PD. Segundo Zingaretti, o modelo adotado pelo M5S com A Liga até a implosão do governo foi “um erro” e, portanto, não será replicado numa eventual aliança do partido de Luigi Di Maio com o PD.