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Janot denuncia Lula, Dilma, Gleisi, Mantega e mais 4

Janot denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-presidente Dilma Rousseff afirmando que eles formaram uma organização criminosa

Ex-presidente Lula: a suposta organização criminosa formou um esquema de arrecadação de propina por meio da utilização de entes e órgãos públicos (Paulo Whitaker/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de setembro de 2017 às 21h15.

Última atualização em 6 de setembro de 2017 às 11h55.

Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot , denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-presidente Dilma Rousseff afirmando que eles formaram uma organização criminosa quando foram presidentes da República com demais integrantes da cúpula dos governos petistas.

Janot aponta Lula como "grande idealizador" da organização criminosa formada no âmbito da Lava Jato e pede pena agravada ao ex-presidente.

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Também foram denunciados a senadora, presidente nacional do partido e ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR), os ex-ministros Guido Mantega, Antonio Palocci, Paulo Bernardo e Edinho Silva e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

De acordo com a denúncia, a suposta organização criminosa formou um esquema de arrecadação de propina por meio da utilização de entes e órgãos públicos como a Petrobras, o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), que permitiu o recebimento de propina de cerca de, pelo menos, R$ 1,485 bilhão.

"Os crimes praticados pela organização geraram prejuízo também aos cofres públicos. Nesse sentido, só no âmbito da Petrobras o prejuízo gerado foi de, pelo menos, R$ 29 bilhões, conforme expressamente reconhecido pelo Tribunal de Contas da União", afirmou o procurador-geral da República.

"Além disso, por intermédio da negociação espúria de cargos públicos, os ora denunciados concorreram para que os demais integrantes do núcleo político da organização criminosa que pertenciam ao PP, ao PMDB do Senado Federal e ao PMDB da Câmara recebessem, pelo menos, de vantagens indevidas, respectivamente, R$ 390.800.000,00 , R$ 864.526.518,644 e R$ 350.000.000,00", afirmou Janot.

Especificamente sobre a atuação de Lula, o procurador-geral afirmou que o ex-presidente foi "o grande idealizador da constituição da presente organização criminosa, na medida em que negociou diretamente com empresas privadas o recebimento de valores para viabilizar sua campanha eleitoral à presidência da República em 2002 mediante o compromisso de usar a máquina pública, caso eleito (como o foi), em favor dos interesses privados deste grupo de empresários".

Janot afirma que Lula também foi um dos responsáveis pelo desenho do sistema de arrecadação de propina e "atuou diretamente na negociação espúria em torno da nomeação de cargos públicos com o fito de obter, de forma indevida, o apoio político necessário junto ao PP e ao PMDB para que seus interesses e do seu grupo político fossem acolhidos no âmbito do Congresso Nacional". E que continuou com líder do núcleo político da organização criminosa sob a presidência de Dilma Rousseff.

Janot afirma também que, com a saída de Dilma da presidência da República, houve uma "reformulação do núcleo político da organização criminosa". "A partir de maio de 2016, os integrantes do PMDB da Câmara passaram a ocupar esse papel de destaque dentro da organização", afirma.

Como conclusão, em relação a Lula, Janot pede que a pena do ex-presidente seja agravada na condição de comando da organização criminosa.

Na descrição sobre o esquema criminoso, Janot afirma que os políticos queriam usar orçamento da Petrobras para "para arrecadar o máximo possível de vantagem indevida junto aos grupos econômicos com interesse em firmar negócios com a estatal".

"Nesse ambiente, foram praticados diversos crimes, corrupção ativa e passiva, prevaricação, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, fraude a licitação, cartelização, evasão fraudulenta de divisas, entre outros", descreveu Janot.

A reportagem procurou as assessorias de imprensa dos denunciados e aguarda manifestações.

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