Lula diz a ministros em reunião que está proibido ter novas ideias antes de cumprir o prometido
Na terceira reunião ministerial do governo, Lula vai exigir que os ministros atendam rapidamente os pleitos de parlamentares
Agência de notícias
Publicado em 15 de junho de 2023 às 11h52.
Última atualização em 15 de junho de 2023 às 11h53.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está reunido no Palácio do Planalto com todos os seus 37 ministros para pressionar os auxiliares a melhorarem a relação com o Congresso. Na abertura do encontro, Lula disse que a reunião inicia o "segundo passo do governo":
"Talvez essa seja a última reunião ordinária que eu faça antes da reunião que a gente vai fazer final do ano. Essa reunião tem como pressuposto o segundo passo do governo. Até agora tivemos tratando da organização do ministério, estávamos tratando da briga de orçamento, tentando recuperar parte de todas as políticas públicas desmontadas no governo, inclusive remontando algumas políticas. Essa parte está cumprida, falta lançar o Luz Para Todos e o programa Água para Todos, que também falta anunciar", afirmou.
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O presidente explicou que cada ministro terá 10 minutos para falar. A reunião iniciará com a fala dos líderes na Câmara, Senado e Congresso, seguida pelos ministros.
"É muito importante que vocês digam claramente o que já foi feito. Se tiverem uma dificuldade, vocês digam da dificuldade. Em segundo lugar, dizer quais são os próximos passos."
Lula afirmou que o Novo PAC, programa de investimentos de infraestrutura, será lançado a partir de 2 de julho. O presidente também anunciou que governo vai investir em uma faculdade de matemática na cidade do Rio de Janeiro. O projeto será voltado para alunos premiados na área.
"Vamos fazer uma faculdade de matemática no Rio de Janeiro para que a gente possa, a cada olimpíada (de matemática), a gente possa colocar 100 alunos premiados nessa escola", afirmou o presidente. "Acho que é um sonho que a gente vai fazer para essa meninada que se esforça tanto. E a grande maioria são meninos pobres de escolas públicas", concluiu.
Na terceira reunião ministerial do governo, Lula vai exigir que os ministros atendam rapidamente os pleitos de parlamentares. Também vai dizer que, quando o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, apresenta uma indicação política a um colega, está falando em seu nome.
O presidente tenta dar mais poder a Padilha, num momento em que o responsável pela articulação política do governo é contestado por lideranças da Câmara. A reunião deve se estender até o fim da tarde. Todos os ministros terão espaço de até 10 minutos para apresentarem as realizações de suas pastas. Os parlamentares têm se queixado da demora da liberação de emendas e de nomeações de indicados para cargos na estrutura federal nos estados.
De acordo com integrantes do governo, muitas vezes essas demoras se dão por um suposto “corpo mole” nos ministérios. O presidente pediu relatórios sobre nomeações que estão travadas para poder cobrar individualmente cada ministro.
A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que enfrenta pressão do União Brasil para ser demitida, também está na reunião. A sua saída do cargo é considerada certa por auxiliares do presidente. Ela está em litígio com a União e fez um pedido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para mudar de partido. A bancada do União na Câmara quer a nomeação do deputado Celso Sabino (PA) para o seu lugar.