Lava Jato denuncia ex-diretores da Dersa por lavagem de R$60 milhões
A denúncia é desdobramento das investigações que trouxeram a público a existência de um cartel de empreiteiras formado para fraudar licitações
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de setembro de 2020 às 12h44.
Última atualização em 29 de setembro de 2020 às 12h45.
A força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo denunciou nesta terça-feira, 29, Paulo Vieira de Souza e Mario Rodrigues Junior, ex-diretores da Dersa, e outras três pessoas pela lavagem de US$ 10,8 milhões (mais de R$ 60,7 milhões, pelo câmbio atual) em propinas recebidas no âmbito de obras viárias realizadas nas gestões dos tucanos Geraldo Alckmin (2001 - 2006) e José Serra (2007 - 2010). Os ex-governadores paulistas não são alvos da denúncia.
Foram denunciados:
- Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa;
- José Rubens Goulart Pereira, sócio da Galvão Engenharia e ex-diretor da Andrade Gutierrez;
- Cristiano Goulart Pereira, irmão de José Rubens;
- Mario Rodrigues Junior, ex-diretor da Dersa;
- Andrea Bucciarelli Pedrazzoli, ex-mulher de Mario Rodrigues.
A denúncia é desdobramento das investigações que trouxeram a público a existência de um cartel de empreiteiras formado para fraudar licitações, dividir lotes de obras e maximizar lucros com anuência do poder público, segundo a Lava Jato. Nesta etapa, a força-tarefa mirou as estratégias usadas pelos ex-diretores da Dersa para lavar o dinheiro recebido a título de 'comissão' em troca da articulação e interlocução entre construtoras e membros do governo.
Segundo os procuradores, os denunciados usaram contas mantidas na Suíça e abertas em nome de offshores, servindo para receber pagamentos ilícitos vinculados ao Grupo Galvão Engenharia entre os anos de 2005 e 2009.