Justiça e Itamaraty tentam resgatar criança na Síria
A Justiça e o Itamaraty tentam repatriar uma criança brasileira que está retida em Damasco, na Síria, país que vive uma guerra civil
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2015 às 22h43.
São José do Rio Preto - A Justiça e o Itamaraty tentam repatriar uma criança brasileira que está retida em Damasco, na Síria , país que vive uma guerra civil.
O menino, Yakoub Obaied, de dois anos e seis meses, é filho de pais sírios, nasceu em São José do Rio Preto (SP), em 3 de abril de 2013, mas seu passaporte venceu e os pais não conseguem retornar ao País.
Ele foi levado de volta à Síria há um ano e dois meses pela mãe, Rania Alsahhoum, que retornou ao país para buscar o pai da criança, Chain Obaied, e dar baixa em seu emprego de funcionária pública do governo sírio. A intenção era de que a família retornasse o mais rápido possível e se juntasse aos sete irmãos de Obaied que moram em Rio Preto. No entanto, a guerra impediu que a família voltasse ao Brasil e o passaporte da criança, vencido, dificulta o retorno.
Na quarta-feira, 23, o Itamaraty informou à Vara da Infância e da Juventude de São José do Rio Preto que está tomando as medidas para cumprir a sentença do juiz Evandro Pelarin, que determinou a repatriação imediata da criança por meio de ações junto à embaixada brasileira em Beirute, no Líbano, uma vez que a embaixada brasileira em Damasco está fechada por causa da guerra civil.
"A Divisão de Assistência Consular do Ministério das Relações Exteriores está tomando as medidas necessárias junto à Embaixada do Brasil em Beirute para a concessão de passaporte ao menos Yakoub", informou o chefe da divisão, Aloysio Marés Dias Gomide Filho, em nota enviada a Pelarin.
"É uma criança brasileira, de pais sírios, mas brasileira, e que está correndo sérios riscos de vida com a guerra", afirmou Pelarin.
Em sua decisão, atendendo pedido do Ministério Público, Pelarin determina "em caráter de emergência, que a repartição consular brasileira em Beirute atenda, pelo direito de primazia, à criança brasileira para emissão de novo passaporte ou Autorização de Retorno ao Brasil (ARB), cabendo a mesma determinação à representação em Damasco, na Síria, se ainda regular o serviço", diz o despacho do juiz, de 17 de setembro.
Pelarin esclareceu nesta quinta-feira, 24, que a representação brasileira em Damasco teve de ser fechada por causa da guerra.
Burocracia
A tia do menino, Sanaa Obaied, que há alguns anos trouxe os seis irmãos ao Brasil e depois a cunhada Rania, ainda grávida, diz que há meses tromba com a burocracia para trazer o sobrinho e os pais dele ao Brasil.
Para Sanaa, o retorno não será fácil, porque os pais estão sem dinheiro e a viagem dentre Damasco e Beirute está cada vez mais perigosa.
"É uma viagem de três horas que está demorando 12 horas por conta dos riscos com explosões e ataques inimigos", diz. Segundo ela, os pais terão de fazer o percurso de ida e volta pelo menos três vezes e depois tentarem entrar no Líbano como refugiados e retornar ao Brasil com vistos de turistas.
No entanto, a maior preocupação é com a criança.
"Até agora só foi burocracia. Eles não perguntam como está a saúde desta criança, se ela está comendo, se ela está viva, como ela está no meio de tantas explosões. O que conta é burocracia", desabafa.
"Eles ainda terão de abrir contas e depositar uma quantia em dinheiro, mas não existem bancos em Damasco. Por que eles não são levados para Beirute e ficam lá até a embaixada conseguir os documentos que vão liberá-lo para retornar?", comenta Sanaa.
Medida
Questionada se a embaixada brasileira no Líbano pode dar abrigo à família da criança brasileira, a assessoria de imprensa do Itamaraty informou que não pode especificar quais medidas estão sendo tomadas para repatriar o garoto brasileiro, mas que, apesar da embaixada estar fechada em Damasco, funcionários estabelecidos em Beirute viajam regularmente à Síria para resolver problemas de cidadãos brasileiros e que o caso do garoto será resolvido conforme determina a sentença da Vara da Infância e da Juventude de Rio Preto.
Segundo a assessoria, o Ministério de Relações Exteriores também agilizou o processo de concessão de vistos para entrada no Brasil por meio da Resolução Normativa 17, do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), que concede visto especial com validade de 90 dias.
A norma tinha validade de dois anos e deveria se encerrar neste mês, mas foi prorrogada nesta segunda-feira e agora tem validade até 2017.
São José do Rio Preto - A Justiça e o Itamaraty tentam repatriar uma criança brasileira que está retida em Damasco, na Síria , país que vive uma guerra civil.
O menino, Yakoub Obaied, de dois anos e seis meses, é filho de pais sírios, nasceu em São José do Rio Preto (SP), em 3 de abril de 2013, mas seu passaporte venceu e os pais não conseguem retornar ao País.
Ele foi levado de volta à Síria há um ano e dois meses pela mãe, Rania Alsahhoum, que retornou ao país para buscar o pai da criança, Chain Obaied, e dar baixa em seu emprego de funcionária pública do governo sírio. A intenção era de que a família retornasse o mais rápido possível e se juntasse aos sete irmãos de Obaied que moram em Rio Preto. No entanto, a guerra impediu que a família voltasse ao Brasil e o passaporte da criança, vencido, dificulta o retorno.
Na quarta-feira, 23, o Itamaraty informou à Vara da Infância e da Juventude de São José do Rio Preto que está tomando as medidas para cumprir a sentença do juiz Evandro Pelarin, que determinou a repatriação imediata da criança por meio de ações junto à embaixada brasileira em Beirute, no Líbano, uma vez que a embaixada brasileira em Damasco está fechada por causa da guerra civil.
"A Divisão de Assistência Consular do Ministério das Relações Exteriores está tomando as medidas necessárias junto à Embaixada do Brasil em Beirute para a concessão de passaporte ao menos Yakoub", informou o chefe da divisão, Aloysio Marés Dias Gomide Filho, em nota enviada a Pelarin.
"É uma criança brasileira, de pais sírios, mas brasileira, e que está correndo sérios riscos de vida com a guerra", afirmou Pelarin.
Em sua decisão, atendendo pedido do Ministério Público, Pelarin determina "em caráter de emergência, que a repartição consular brasileira em Beirute atenda, pelo direito de primazia, à criança brasileira para emissão de novo passaporte ou Autorização de Retorno ao Brasil (ARB), cabendo a mesma determinação à representação em Damasco, na Síria, se ainda regular o serviço", diz o despacho do juiz, de 17 de setembro.
Pelarin esclareceu nesta quinta-feira, 24, que a representação brasileira em Damasco teve de ser fechada por causa da guerra.
Burocracia
A tia do menino, Sanaa Obaied, que há alguns anos trouxe os seis irmãos ao Brasil e depois a cunhada Rania, ainda grávida, diz que há meses tromba com a burocracia para trazer o sobrinho e os pais dele ao Brasil.
Para Sanaa, o retorno não será fácil, porque os pais estão sem dinheiro e a viagem dentre Damasco e Beirute está cada vez mais perigosa.
"É uma viagem de três horas que está demorando 12 horas por conta dos riscos com explosões e ataques inimigos", diz. Segundo ela, os pais terão de fazer o percurso de ida e volta pelo menos três vezes e depois tentarem entrar no Líbano como refugiados e retornar ao Brasil com vistos de turistas.
No entanto, a maior preocupação é com a criança.
"Até agora só foi burocracia. Eles não perguntam como está a saúde desta criança, se ela está comendo, se ela está viva, como ela está no meio de tantas explosões. O que conta é burocracia", desabafa.
"Eles ainda terão de abrir contas e depositar uma quantia em dinheiro, mas não existem bancos em Damasco. Por que eles não são levados para Beirute e ficam lá até a embaixada conseguir os documentos que vão liberá-lo para retornar?", comenta Sanaa.
Medida
Questionada se a embaixada brasileira no Líbano pode dar abrigo à família da criança brasileira, a assessoria de imprensa do Itamaraty informou que não pode especificar quais medidas estão sendo tomadas para repatriar o garoto brasileiro, mas que, apesar da embaixada estar fechada em Damasco, funcionários estabelecidos em Beirute viajam regularmente à Síria para resolver problemas de cidadãos brasileiros e que o caso do garoto será resolvido conforme determina a sentença da Vara da Infância e da Juventude de Rio Preto.
Segundo a assessoria, o Ministério de Relações Exteriores também agilizou o processo de concessão de vistos para entrada no Brasil por meio da Resolução Normativa 17, do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), que concede visto especial com validade de 90 dias.
A norma tinha validade de dois anos e deveria se encerrar neste mês, mas foi prorrogada nesta segunda-feira e agora tem validade até 2017.