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Jair Bolsonaro afirma que há fissuras entre militares venezuelanos

Em entrevista, o presidente brasileiro disse que não há derrota de Guaidó após o movimento da terça-feira

Bolsonaro: ele expressou preocupação com os reflexos da crise venezuelana no Brasil (Adriano Machado/Reuters)
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Reuters

Publicado em 1 de maio de 2019 às 11h16.

Última atualização em 1 de maio de 2019 às 11h48.

São Paulo - O governo brasileiro tem informações de que existem fissuras nas Forças Armadas da Venezuela , após o líder da oposição Juan Guaidó anunciar que tinha apoio de militares para derrubar Nicolás Maduro , e o governo do país vizinho pode ruir, disse nesta quarta-feira o presidente Jair Bolsonaro .

Em conversa com jornalistas ao lado do ministro da Defesa, Fernando Azevedo, em Brasília, Bolsonaro disse ainda que não há derrota de Guaidó após o movimento da terça-feira.

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"O informe que nós temos é que existe uma fissura sim, que cada vez mais se aproxima da cúpula das Forças Armadas. Então existe a possibilidade de o governo ruir pelo fato de alguns da cúpula passarem para o outro lado", disse Bolsonaro a jornalistas após reunião na sede do Ministério da Defesa para tratar da situação na Venezuela.

"Não tem derrota nenhuma (de Guaidó). Eu até o elogio, reconheço o espírito patriótico e democrático que ele tem por lutar por liberdade em seu país", assegurou o presidente.

Indagado pelos jornalistas, Bolsonaro disse que até o momento não aconteceu nenhum contato do governo dos Estados Unidos para que o território brasileiro seja usado em eventual ação militar norte-americana na Venezuela.

"Se por ventura vier, o que é normal acontecer, o presidente reúne o Conselho de Defesa, toma a decisão, participa o Parlamento brasileiro", disse Bolsonaro.

O presidente expressou preocupação com os reflexos da crise venezuelana no Brasil por conta de seus impactos no preço do petróleo. Ele citou a política de reajuste de preços de combustíveis da Petrobras e afirmou que conversará com a estatal para se "antecipar a problemas".

"Agora, uma preocupação existe sim. Com essa ação, com embargos, o preço do petróleo a princípio sobe. Temos que nos preparar, dada a política da Petrobras. Não interviremos da nossa parte, mas podemos ter um problema sério dentro do Brasil como efeito colateral do que acontece lá", afirmou.

"A política de reajuste adotada pela Petrobras no momento é essa e vamos conversar para nos antecipar a problemas de fora,que venham de forma bastante grave aqui para o Brasil", acrescentou.

Os comentários de Bolsonaro sobre a política de reajuste da Petrobras e os possíveis impactos da crise venezuelana nos preços dos combustíveis acontecem depois de, recentemente, o presidente telefonar para o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, que posteriormente recuou de um reajuste já anunciado do preço do diesel.

O presidente também manifestou preocupação com o fornecimento de energia elétrica para Roraima e disse que até o dia 15 deste mês o governo deverá receber um posicionamento de comunidades indígenas em cujas terras passariam as obras de uma linha de transmissão que ligará o Estado ao sistema nacional.

"A situação é emergencial. Não podemos ficar de forma eterna com a energia de óleo diesel, porque nós aqui, o resto do Brasil, paga um pouco mais de 1 bilhão por ano para a energia de Roraima", disse.

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