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Inflação de 2023 de mais pobres foi quase metade da percebida por mais ricos, diz Ipea

Para esse público, os preços na economia passaram de uma alta de 0,20% em novembro para uma elevação de 0,61% em dezembro

Preços dos alimentos: grupo de renda alta houve aceleração de uma elevação de 0,58% em novembro para um aumento de 0,62% em dezembro (Getty Images/Getty Images)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 17 de janeiro de 2024 às 19h19.

A queda nos preços dos alimentos para consumo em casa e dos artigos de residência freou o ritmo de alta no custo de vida percebido pelas famílias de baixa renda em 2023, enquanto as passagens aéreas e gasolina mais caros pressionaram a inflação sentida pelos mais ricos, informou nesta quarta-feira, 17, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( Ipea ).

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que os preços na economia passaram de uma alta de 0,20% em novembro para uma elevação de 0,61% em dezembro para o segmento familiar de renda muito baixa. Para o grupo de renda alta houve aceleração de uma elevação de 0,58% em novembro para um aumento de 0,62% em dezembro.

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Com o resultado, a inflação acumulada no ano foi de 6,22% na faixa de renda alta (ante 6,83% em 2022) e de 3,27% na faixa de renda muito baixa (ante 6,35% em 2022).

"Com a incorporação desse resultado, nota-se que, embora no acumulado de 2023 todas as faixas de renda tenham apresentado desaceleração da inflação em relação à observada no ano anterior ela foi bem mais intensa no estrato de renda muito baixa", ressaltou Maria Andreia Parente Lameiras, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, na Carta de Conjuntura divulgada nesta quarta-feira.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA ), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, passou de uma elevação de 0,28% em novembro para 0,56% em dezembro. A taxa acumulada em 2023 ficou em 4,62%, ante 5,78% em 2022.

As famílias de renda mais baixa viram um arrefecimento maior na inflação anual graças à "forte descompressão" registrada nos alimentos para consumo no domicílio, que passaram de uma elevação de preços de 13,2% em 2022 para um recuo de 0,5% em 2023.

"Por certo, dado o peso desses itens alimentícios na cesta de consumo das famílias mais pobres, a queda dos preços da carne (-9,4%), das aves e ovos (-6,8%), dos leites e derivados (-3,0%) e dos óleos e gorduras (-14,5%), em 2023, trouxe um alívio inflacionário maior para esses segmentos. No caso das faixas de renda mais elevadas, a queda dos preços dos alimentos no domicílio acabou sendo anulada pela alta de 5,3% dos serviços de alimentação fora do domicílio", apontou o Ipea.

Ao mesmo tempo, algumas das maiores pressões inflacionárias do ano de 2023 também impactaram mais as famílias de maior poder aquisitivo, como os reajustes de 47,2% das passagens aéreas, de 12,1% da gasolina e de 11,5% dos planos de saúde.

O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar menor que R$ 2.015,18 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 20.151,76, no caso da renda mais alta.

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