Imprensa estrangeira detona jeitinho brasileiro na Copa
Chegada da imprensa estrangeira vem seguida de relatos de repórteres com as boas-vindas pouco calorosas e artigos sobre as tensões que marcam greves e protestos
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2014 às 20h53.
São Paulo - O Brasil que todos nós conhecemos, com congestionamentos intermináveis nas grandes capitais, bagunça na prestação de serviços públicos e obras prometidas e não entregues, está caindo na boca do mundo.
A chegada da imprensa estrangeira na semana de abertura da Copa de 2014 vem seguida de relatos de repórteres com as boas-vindas pouco calorosas e artigos sobre as tensões que marcam greves e protestos, no período que antecede o Mundial.
O jornal The New York Times aborda a "ansiedade profunda" entre os brasileiros, em meio aos preparativos para a Copa e à crise econômica.
Segundo o noticioso dos Estados Unidos, existe uma "sensação de mal-estar", que reflete as reivindicações crescentes da classe média por serviços melhores.
A revista The Economist critica a falta de alternativas a táxis em Guarulhos.
"A esperança era que um trem iria conectar o aeroporto à cidade em tempo para a competição", diz a publicação.
"Não vai. Na verdade, apenas cinco das 35 obras prometidas de mobilidade urbana para a Copa do Mundo foram concluídas ao redor do país", enfatiza.
Em sua coluna Para Gringo Ver, o jornalista Nelson de Sá, da Folha de S. Paulo, destaca nesta terça-feira (10) as "5 horas e 20 minutos" que um jornalista da Reuters levou do pouso de seu voo no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, até a chegada ao hotel em que está hospedado.
O correspondente-chefe da agência, Brian Winter, tuitou sua saga desde o momento em que pisou solo brasileiro:
"Estou há uma hora na fila de táxi do aeroporto de SP. Greve do metrô e #Copa2014 provocando estragos. Parece que tenho mais uma hora pela frente"
"Seria ótimo se houvesse um trem do aeroporto de Guarulhos até a cidade de São Paulo. Ah, eles estão construindo um? Ah, sim, vai ficar pronto por volta de... 2016"
"Contagem final: 1 hora para pegar a bagagem/passar pela imigração, 2 horas e 20 minutos na fila de táxi, 2 horas no táxi. Obrigado, São Paulo. Boa Copa"
Brian Winter dividiu o táxi com o repórter Jan Piotrowski, da The Economist, que também criticou o tamanho da fila de táxi, a ausência de ônibus e trens no transporte a partir de Guarulhos.
"Num tweet anterior, eu deveria ter escrito 'sejam bem-vindos'. Mas daí você parece que não é [bem-vindo], então talvez meu erro possa ser perdoado"