Imbassahy diz que fatiar denúncias contra Temer não ajuda o país
O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), já se manifestou a favor de analisar, uma a uma, as eventuais denúncias contra o presidente
Reuters
Publicado em 29 de junho de 2017 às 19h44.
Brasília - O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, afirmou nesta quinta-feira que a votação "fatiada" da autorização pela Câmara para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue se recebe denúncias contra o presidente Michel Temer não ajuda o país.
"Realmente, um fatiamento não é uma coisa que ajuda o país, porque vai piorar a expectativa, vai ter que gastar energia quando podia fazer uma coisa de maneira concentrada", disse Imbassahy a jornalistas.
Até o momento, a primeira denúncia contra Temer movida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva, chegou à Câmara nesta quinta-feira, sendo remetida para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Em breve, a expectativa é que Janot ofereça nova denúncia contra Temer.
O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), já se manifestou a favor de analisar, uma a uma, as eventuais denúncias contra Temer, posição que contrária o Palácio do Planalto e os principais aliados do governo por entenderam que, com o fatiamento, o desgaste do presidente será maior para barrar a autorização ao STF.
Nesta tarde, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu que caberia, a princípio, ao relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, anexar eventuais novas denúncias ao mesmo processo.
Ponderou, no entanto, que nada impede que a Câmara debata esta questão.
Paralisia
O ministro afirmou que, "de forma nenhuma", o Congresso vai ficar paralisado para analisar apenas a denúncia contra Temer.
Segundo Imbassahy, o Legislativo continuou trabalhando normalmente e avançando nas reformas e nos projetos, mesmo em momentos de grande tensão como o dos últimos meses.
Ele citou que a Câmara tem uma pauta própria e a denúncia contra o presidente vai seguir o seu trâmite "normalmente".
"Se você fizer uma retrospectiva, em todos os momentos de maiores tensões, o Congresso votou as reformas estruturantes, ainda agora tivemos votação de grande importância na CCJ, com avanço do projeto da reforma trabalhista, com placar bem amplo, de 16 a 9", destacou ele, em referência à aprovação dessa matéria na comissão do Senado.
Para o ministro, o importante é votar a urgência da reforma trabalhista para tentar aprová-la no mérito até a próxima quarta-feira.
Imbassahy - que é filiado ao PSDB - destacou que o partido não deverá deixar a base aliada. Ele lembrou que, há três semanas, a legenda tomou uma ampla decisão por maioria de permanecer no governo, apoiar as reformas e acompanhar as investigações.
"Foi essa a posição que o PSDB tomou e está mantida", disse.