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IBGE vê estabilidade na taxa de desemprego em fevereiro

Mercado de trabalho teve aumento de pessoas ociosas e de profissionais empregados, em uma proporção similar

Embora níveis de emprego sejam elevados, ineficiência da mão-de-obra brasileira preocupa, de acordo com Gilberto Guimarães (Jorge Rosenberg/VEJA)
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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2011 às 12h15.

Rio de Janeiro - Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a variação de 6,4% na taxa de desemprego em fevereiro, ante os 6,1% de janeiro, representa estabilidade no mercado de trabalho. "A taxa não cresceu, está estável. Essa variação é inválida estatisticamente. É significativo o aumento de 6% no contingente de desocupados, consequência dos temporários que foram dispensados e estão pressionando o mercado de trabalho. A população desocupada aumentou, mas houve também aumento da (população) ocupada", explicou hoje Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Segundo ele, "nessa época do ano ainda temos dispensa de trabalhadores temporários, mas isso não se refletiu muito nos números." A população ocupada cresceu pouco, 0,5% em fevereiro ante janeiro, o que o IBGE também considera como estabilidade. Mas houve avanço de 2,4% em relação a fevereiro do ano passado. No entanto, de acordo com Azeredo, esse pequeno avanço na comparação mensal representou elevação maior no número de pessoas ocupadas do que a alta de desempregados, neutralizando a alta de 6% da desocupação.

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Conforme os dados do IBGE, 53,2% da população ativa estava ocupada em fevereiro. No mesmo mês do ano passado, esse número era de 52,6%. Em janeiro de 2011, a taxa era de 53%. "Esse foi um aumento significativo e mostra que o mercado de trabalho está com mais força, com maior capacidade de absorção de mão de obra", observou o técnico do IBGE.

Vagas formais

Na comparação com fevereiro de 2010, o mercado de trabalho registrou no mês passado 687 mil vagas com carteira assinada a mais, uma variação de 6,9%. Para o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, esse número indica a manutenção da tendência de alta da formalização do emprego observada nos últimos anos.

"Um dos grupamentos em que mais aparece a alta de formalização é no setor de serviços prestados a empresas, que reflete a terceirização. É uma mudança na própria estrutura do mercado de trabalho", afirmou. "Uma empregada doméstica que migra para uma empresa de limpeza tende a ganhar mais também."

O técnico destacou uma tendência forte de queda do serviço doméstico no Rio de Janeiro, que teve 15,5% de redução nas vagas. "Estamos tentando estudar o que está acontecendo." O setor de prestação de serviços a empresas foi o destaque em São Paulo em fevereiro, segundo a pesquisa do IBGE. Houve alta de 6,4% em relação a fevereiro de 2010, com aumento de 96 mil vagas na região metropolitana.

Cimar destacou ainda a elevação de 1,8% do número de postos de trabalho formais em fevereiro, na comparação com janeiro, o que resultou em um aumento de 191 mil trabalhadores com carteira assinada. "Esse número está muito alinhado com o do Caged (Cadastro de Empregados e Desempregados) e indica vários fatores positivos, entre eles a tendência de efetivação de temporários. Há uma tendência de alta desse indicador no Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, onde é mais significativa essa formalização", afirmou.

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