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Haddad faz primeira fala à imprensa como futuro ministro e deve anunciar secretários

Indicado como ministro da Fazenda no governo Lula, Haddad se reúne com Guedes e Campos Neto e fará primeira coletiva de imprensa. A expectativa é de anúncio de primeiros secretários

Haddad: futuro ministro fala nesta terça-feira à imprensa (CARL DE SOUZA/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2022 às 06h00.

Última atualização em 13 de dezembro de 2022 às 09h39.

Três dias após ser indicado a ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) fará na noite desta terça-feira, 13, uma fala oficial à imprensa, no que marcará o primeiro evento como futuro ministro. A expectativa é que Haddad, além de responder a perguntas sobre o que pretende para a gestão da economia, anuncie também os primeiros nomes de seu secretariado.

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O evento está marcado para 18h30 no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde têm sido realizados os anúncios do gabinete de transição. Haddad já havia feito breves declarações ainda na sexta-feira, 9, quando seu nome foi anunciado, mas a entrevista coletiva de hoje será a primeira oficial do futuro ministro.

Também nesta terça-feira, Haddad terá nova reunião com o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, a segunda desde a eleição. Na sequência, deve se encontrar também com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

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Após uma segunda-feira, 12, de queda nos principais índices nos mercados, os olhares estarão atentos para os anúncios de potenciais indicados da Fazenda.

São ventilados nomes como Bernard Appy (que já foi secretário no governo Lula e encabeça a principal proposta brasileira de reforma tributária), Marco Bonomo (professor do Insper) e Gabriel Galípolo (ex-presidente do banco Fator e que pode ir tanto para o BNDES quanto para alguma secretaria). Visto como mais difícil, o nome de Marcelo Kayath (ex-Credit Suisse e sócio fundador da QMS Capital) também é mencionado. Fontes ouvidas pela EXAME apontam que os nomes de Appy, Bonomo e Galípolo são os mais prováveis de estar entre os anunciados nos próximos dias, incluindo nesta terça-feira. O governo não confirma.

Marcos Cruz, que foi secretário da Fazenda na gestão de Haddad na Prefeitura de São Paulo, também é cogitado para a Secretaria de Política Econômica, um dos cargos mais importantes do Ministério.

Haddad havia dito que escolheria os secretários após a diplomação de Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral, que ocorreu na tarde desta segunda-feira. A diplomação oficializa o resultado da eleição e é a última cerimônia antes da posse, em 1º de janeiro.

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Sob o governo Lula, o atual "super" Ministério da Economia que estava sob o comando de Guedes será desmembrado, com o governo federal voltando a ter as pastas da Fazenda (sob Haddad), que cuida diretamente da política macroeconômica e tributação, e do Planejamento, que inclui liberação de recursos e planejamento de investimentos.

O nome à frente do Planejamento ainda não foi anunciado pelo governo eleito, mas a expectativa é que seja um nome visto como mais ortodoxo e liberal pelos mercados, no que seria um contraponto à escolha de Haddad para a Fazenda.

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O nome de Haddad vinha sofrendo rejeição desde que começou a ser especulado após a eleição, mas as críticas não fizeram o governo mudar de ideia sobre a nomeação. Ex-prefeito de São Paulo, ex-candidato a presidente em 2018 e candidato a governador do estado nas eleições 2022, Haddad é um dos quadros do PT que mais se tornaram próximos de Lula.

Haddad foi anunciado para a Fazenda pelo governo eleito minutos antes da partida do Brasil contra a Croácia pela Copa do Mundo na sexta-feira. No dia, em meio ao volume reduzido diante da partida (como tem ocorrido tradicionalmente em jogos do Brasil), o Ibovespa terminou fechando em alta.

Mas o mal humor dos mercados veio de vez nesta segunda-feira, 12, com o Ibovespa caindo 2,6%. A queda não foi diretamente ligada a Haddad, e foi puxada pelos rumores de o ex-ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante se tornar presidente da Petrobras. A indicação de Mercadante não foi confirmada pelo governo, mas exigiria uma alteração na Lei das Estatais, além da rejeição dos mercados ao nome.

Indicações de peso ao secretariado de Haddad na Fazenda nesta terça-feira, na outra ponta, poderiam ajudar a "acalmar os ânimos" nas críticas da Faria Lima ao governo eleito.

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