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Grupo distribui comida para venezuelanos nas ruas de Roraima

O grupo distribuía a comida nas ruas mesmo, já que não há centros oficiais de acolhimento para os venezuelanos

Venezuelanos fazem fila para comprar alimentos: eles podem ficar até 90 dias no país com permissão da PF (Marco Bello / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2016 às 10h51.

Boa Vista e Pacaraima - O feriado de Nossa Senhora Aparecida motivou um grupo de voluntários ligados à Igreja Católica de Roraima a organizar uma coleta de alimentos para os refugiados venezuelanos que vivem pelas ruas da capital.

Antes da romaria em homenagem à padroeira do Brasil, um caminhão recebia donativos de arroz, bolachas e outros gêneros alimentícios.

O grupo distribuía a comida nas ruas mesmo, já que não há centros oficiais de acolhimento para os venezuelanos.

O funcionário público municipal da capital Roberto Carvalho foi o responsável por conseguir o veículo e organizar o reparte da comida após a coleta.

"Já encontrei grupos de 40 e até 50 venezuelanos juntos na rua. Eles não têm nada, alguns comem só pão", afirma o voluntário.

A filha de Carvalho, que é estudante de medicina na Argentina, participa de grupos de auxílio a moradores de rua em Buenos Aires. A ideia o inspirou a fazer o mesmo.

Utilizando o caminhão emprestado pelo irmão, ele comanda a coleta e distribuição de mantimentos aos refugiados.

Integrante do Centro de Migração e Direitos Humanos da Diocese de Boa Vista, Telma Cristina Lago dos Santos afirma que um dos problemas é a hostilidade de parte da população em relação aos refugiados.

"Estamos lutando muito para demonstrar a necessidade de nos solidarizarmos com eles", afirmou Telma.

As necessidades são "de todos os tipos", disse. "(Eles precisam de) alimentação, moradia, trabalho, documentação. A situação é de ajuda humanitária".

Carvalho, enquanto organiza os víveres no caminhão, emite opinião semelhante. "Eles estão aí pela rua e muita gente já os aborda com violência. Quando eles mais precisam de nós, vamos fazer isso, agir dessa forma? É preciso ajudar."

Quanto à hostilidade, o voluntário acredita que, em parte, é uma reação ao tratamento dado a brasileiros por autoridades venezuelanas na fronteira.

Carvalho relata que amigos já foram detidos por guardas de fronteira durante horas em tentativas de extorsão.

Ele acrescenta que também houve o caso do próprio irmão, que teria sido detido quando viajava a Puerto Ordaz, no país vizinho. Os guardas, segundo ele, teriam roubado R$ 60.

Os venezuelanos que conseguem uma permissão junto à Polícia Federal, na fronteira, para seguir viagem até Boa Vista ou Manaus podem permanecer legalmente no País por até 90 dias - período prorrogável por outros 90 dias.

Para a prorrogação do prazo, no entanto, eles precisam apresentar comprovação de hospedagem.

Nem todos pedem permissão. Muitos simplesmente atravessam a fronteira a pé ou de carona e, a partir de Pacaraima, conseguem pagar pela viagem de táxi ou ônibus até as cidades onde têm mais possibilidade de encontrar algum emprego informal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Boa Vista e Pacaraima - O feriado de Nossa Senhora Aparecida motivou um grupo de voluntários ligados à Igreja Católica de Roraima a organizar uma coleta de alimentos para os refugiados venezuelanos que vivem pelas ruas da capital.

Antes da romaria em homenagem à padroeira do Brasil, um caminhão recebia donativos de arroz, bolachas e outros gêneros alimentícios.

O grupo distribuía a comida nas ruas mesmo, já que não há centros oficiais de acolhimento para os venezuelanos.

O funcionário público municipal da capital Roberto Carvalho foi o responsável por conseguir o veículo e organizar o reparte da comida após a coleta.

"Já encontrei grupos de 40 e até 50 venezuelanos juntos na rua. Eles não têm nada, alguns comem só pão", afirma o voluntário.

A filha de Carvalho, que é estudante de medicina na Argentina, participa de grupos de auxílio a moradores de rua em Buenos Aires. A ideia o inspirou a fazer o mesmo.

Utilizando o caminhão emprestado pelo irmão, ele comanda a coleta e distribuição de mantimentos aos refugiados.

Integrante do Centro de Migração e Direitos Humanos da Diocese de Boa Vista, Telma Cristina Lago dos Santos afirma que um dos problemas é a hostilidade de parte da população em relação aos refugiados.

"Estamos lutando muito para demonstrar a necessidade de nos solidarizarmos com eles", afirmou Telma.

As necessidades são "de todos os tipos", disse. "(Eles precisam de) alimentação, moradia, trabalho, documentação. A situação é de ajuda humanitária".

Carvalho, enquanto organiza os víveres no caminhão, emite opinião semelhante. "Eles estão aí pela rua e muita gente já os aborda com violência. Quando eles mais precisam de nós, vamos fazer isso, agir dessa forma? É preciso ajudar."

Quanto à hostilidade, o voluntário acredita que, em parte, é uma reação ao tratamento dado a brasileiros por autoridades venezuelanas na fronteira.

Carvalho relata que amigos já foram detidos por guardas de fronteira durante horas em tentativas de extorsão.

Ele acrescenta que também houve o caso do próprio irmão, que teria sido detido quando viajava a Puerto Ordaz, no país vizinho. Os guardas, segundo ele, teriam roubado R$ 60.

Os venezuelanos que conseguem uma permissão junto à Polícia Federal, na fronteira, para seguir viagem até Boa Vista ou Manaus podem permanecer legalmente no País por até 90 dias - período prorrogável por outros 90 dias.

Para a prorrogação do prazo, no entanto, eles precisam apresentar comprovação de hospedagem.

Nem todos pedem permissão. Muitos simplesmente atravessam a fronteira a pé ou de carona e, a partir de Pacaraima, conseguem pagar pela viagem de táxi ou ônibus até as cidades onde têm mais possibilidade de encontrar algum emprego informal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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