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Governo atua para realocar venezuelanos em situação vulnerável em RR

Dois albergues serão inaugurados nos próximos dias na capital do estado para abrigar imigrantes em situação de rua, segundo responsável por ação humanitária

Venezuelanos: Cerca de 4 mil pessoas estão hoje distribuídas em sete albergues de Boa Vista, e outras 2 mil estão na rua (Nacho Doce/Reuters)
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EFE

Publicado em 3 de maio de 2018 às 22h26.

Última atualização em 3 de maio de 2018 às 22h43.

Cerca de 6.000 venezuelanos estão em uma situação de "vulnerabilidade" em Boa Vista, capital de Roraima e ponto de chegada para muitos dos que fogem da crise no país caribenho, informaram nesta quinta-feira fontes oficiais.

"São 4.000 pessoas nos sete albergues" que o governo instalou em Boa Vista, e o restante está na rua, segundo disse o general Eduardo Pazuello, responsável pela operação humanitária iniciada para ajudar os imigrantes venezuelanos.

Pazuello, designado para dirigir essas tarefas pelo governo do presidente Michel Temer, declarou que nos próximos dias estarão em operação outros dois albergues, aos quais se somarão outros em algumas semanas, com a meta de chegar ao fim deste mês com a situação "equilibrada" e sem pessoas nas ruas.

Mesmo assim, esclareceu que isso dependerá da evolução da onda de imigrantes que, desde o início do ano passado, cresceu sem cessar e levou ao Brasil cerca de 40.000 venezuelanos, que escapam da aguda crise econômica, social e política que assola seu país.

Ainda que 6.000 ainda estejam nessa situação de vulnerabilidade, muitos dos venezuelanos que chegaram ao Brasil já conseguiram emprego e contam com rendas que lhes permitiram deixar os albergues e sustentar-se com seu próprio trabalho.

Os que permanecem em locais públicos recebem comida, atendimento sanitário, educação, assistência na busca de emprego e contam com espaços adequados supervisionados por organismos internacionais como o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), que têm se somado a esse trabalho humanitário.

Para a maioria, no entanto, Boa Vista e o próprio estado de Roraima são somente uma escala, pois sua intenção é chegar a áreas mais populosas e desenvolvidas do país, como São Paulo ou Manaus, ou inclusive emigrar a outros países, principalmente os sul-americanos onde se fala espanhol.

As autoridades brasileiras ofereceram ajuda nesse processo de acolhida e já transferiram 199 venezuelanos à cidade de São Paulo e outros 66 a Cuiabá.

O general Pazuello explicou hoje a jornalistas que nesta sexta-feira serão transferidos outros 230, que serão distribuídos entre São Paulo e Manaus.

Segundo o militar, aqueles que são levados a outros lugares do Brasil permaneceram um tempo nos refúgios, aprenderam noções básicas de português e manifestaram seu interesse de radicar-se nessas cidades, que, por sua vez, escolheram o perfil daqueles que serão acolhidos.

No caso de São Paulo, a preferência é por pessoas solteiras e sem filhos e com preparação para trabalhar na indústria, enquanto Manaus dá prioridade a famílias com crianças e trabalhadores do setor de serviços.

O general Pazuello disse ainda que o governo está preparado para que, durante este ano, sejam situados em diferentes pontos do país cerca de 15.000 venezuelanos, sobre os quais destacou que, em cerca de 50%, são profissionais com grau universitário, enquanto que os demais podem desempenhar os ofícios mais diversos.

"Na sua enorme maioria são pessoas que querem trabalhar e estão preparadas para isso", ressaltou o general.

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