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Gerente era contato de agência alvo da Lava Jato

O ex-gerente de Marketing da Diretoria de Abastecimento da Petrobras Geovanne de Morais foi contato da agência Muranno Brasil, investigada pela operação


	Petrobras: segundo Youssef afirmou em delação premiada, a agência de propaganda era contratada pela petroleira com dinheiro não contabilizado
 (Sergio Moraes/Reuters)

Petrobras: segundo Youssef afirmou em delação premiada, a agência de propaganda era contratada pela petroleira com dinheiro não contabilizado (Sergio Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2014 às 16h32.

Curitiba e São Paulo - O ex-gerente de Marketing da Diretoria de Abastecimento da Petrobras Geovanne de Morais, citado pela geóloga Venina Velosa da Fonseca como responsável pelos pagamentos de serviços não prestados, foi um dos contatos da agência de propaganda e marketing Muranno Brasil, investigada pela Operação Lava Jato.

Ela foi paga em 2010 com dinheiro do esquema de cartel, corrupção e propina movimentando por Alberto Youssef. Em sua delação premiada, o doleiro disse que a ordem de pagamento foi dada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao então presidente da estatal petrolífera, José Sérgio Gabrielli.

O ex-presidente da estatal, indicado politicamente por Lula, é do PT da Bahia e próximo do ex-gerente de marketing Geovanne de Morais, que foi acusado pela ex-gerente da área de Abastecimento Venina Fonseca. Ela afirmou ao jornal Valor Econômico ter alertado a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, das irregularidades nos contratos de marketing da estatal, acusando pagamentos de serviços não prestados e excessos de gastos.

A Muranno Brasil é alvo de um inquérito aberto pela Polícia Federal, após seu nome aparecer nos pagamentos feitos por Youssef com recursos desviados da Petrobras via contratos da Camargo Corrêa - construtora acusada de cartel. Foram feitos pagamentos que totalizaram R$ 1,7 milhão entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011 para a Muranno.

Segundo Youssef afirmou em sua delação premiada, a agência de propaganda era contratada pela Petrobras com dinheiro não contabilizado e tinha dívidas a receber. Seu dono, o empresário argentino Ricardo Marcelo Villani, estaria pressionando o governo Lula para obter os valores atrasados. Ele teria ameaçado denunciar os esquemas de corrupção e propina na estatal, que virou alvo da Operação Lava Jato e era controlado pelo PT, PMDB e PP - mas que abasteceu também o PSDB e o PSB.

Youssef revelou que Lula soube da ameaça, na época, e determinou a Gabrielli que usasse o dinheiro "das empreiteiras" para resolver o assunto. "Lula ligou para o Gabrielli e falou para ele resolver essa merda", contou Youssef. Gabrielli teria sido orientando a procurar Costa na área de Abastecimento para quitar a dívida.

Costa acionou o operador do esquema de propina e pediu que fosse acertada a dívida. Youssef confirmou que providenciou o pagamentos de R$ 1,7 milhão. Villani também disse que em 2010 foi procurado pelo doleiro, após os pedidos para receber os valores da estatal feitos ao ex-diretor de Abastecimento.

Confissão

Villani nega ter ameaçado denunciar o esquema alvo da Lava Jato, mas confirmou que prestava serviços para a Petrobras, por meio do ex-gerente de Comércio de Álcool e Oxigenados Sillas Oliva Filho e pelo ex-gerente de Marketing da Diretoria de Abastecimento, sem ter contrato. O serviço seria a divulgação da marca da estatal em eventos da Fórmula Indy, nos Estados Unidos, entre 2004 e 2008.

"Silas sugeriu que ele bolasse uma estratégia de marketing de relacionamento", diz Villani, sobre a criação da Muranno para os serviços na Indy. "Que o declarante ‘bolou’ um projeto e fez um orçamento para a gerência de comunicação de Abastecimento da Petrobras, cujo gerente era Geovanne."

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