Geddel vira alvo da PF
Na manhã desta sexta-feira a Polícia Federal deflagrou a operação “Cui Bono?”, derivada da Lava-Jato, que teve como principal alvo o ex-ministro e braço direito do presidente Michel Temer, Geddel Vieira Lima. A origem da operação foram mensagens trocadas por Geddel e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, em que ambos negociavam o […]
Da Redação
Publicado em 13 de janeiro de 2017 às 18h00.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h24.
Na manhã desta sexta-feira a Polícia Federal deflagrou a operação “Cui Bono?”, derivada da Lava-Jato, que teve como principal alvo o ex-ministro e braço direito do presidente Michel Temer, Geddel Vieira Lima. A origem da operação foram mensagens trocadas por Geddel e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, em que ambos negociavam o pagamento de propina por empresas em troca da liberação de empréstimos pela Caixa Econômica Federal.
As mensagens foram apreendidas em um celular que não era mais o utilizado por Cunha, mas estava guardado em sua casa. Na época das conversas, entre 2011 e 2013, Geddel era o indicado do PMDB para a vice-presidência de pessoa jurídica da instituição, cargo que cuidava da liberação dos empréstimos.
Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em endereços comerciais e residenciais da Bahia, onde a casa de Geddel foi vistoriada por três horas e meia, Paraná, Distrito Federal e São Paulo. Não houve mandados de prisão. Também são investigados o ex-vice-presidente de Gestão de Ativos da Caixa, Marcos Vasconcelos, o ex-vice-presidente de fundos de governo e loterias, Fábio Cleto, o doleiro Lúcio Funaro e empresários de diversos setores.
Entre as empresas, são alvo de investigação o frigorífico JBS, o banco Original e a holding que controla as companhias, a J&F. Também é alvo a Marfrig, o Grupo Bertin (adquirido pela JBS em 2009), a administradora de rodovias BR Vias, entre outras empresas. Até novembro, Geddel ocupou a Secretaria de Governo da Presidência da República, quando saiu no folclórico episódio do apartamento em Salvador. Se ainda estivesse no governo, a operação de hoje seria um “acidente pavoroso” para Temer.
Mas o governo não tem o que celebrar. Geddel e Cunha são companheiros de PMDB e fazem parte do mesmo grupo de suporte ao governo do senador Romero Jucá e o secretário de PPIs, Moreira Franco. Moreira foi, entre 2006 e 2010, vice-presidente da Caixa para fundos de governo e loterias e, nessa posição, fazia parte do grupo que decidia em que empresas o Fundo de Investimentos do FGTS colocaria dinheiro. O FI-FGTS também é citado na investigação. Entre tantas indefinições, uma certeza: dessa caixa sairá muito problema para o governo.