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Futuro de Dilma continua incerto apesar das férias de verão

Brasília está se transformando em uma espécie de cidade-fantasma depois de um dos anos mais tumultuados da história recente

Dilma: Brasília está se transformando em uma espécie de cidade-fantasma depois de um dos anos mais tumultuados da história recente (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 28 de dezembro de 2015 às 13h59.

Os protagonistas da crise política deste ano estão fugindo da capital do país para passar as férias de verão em suas cidades de origem ou no litoral, deixando para trás questões sobre o destino da presidente e dos líderes do Congresso envolvidos em escândalos de corrupção e no impeachment.

Os juízes do Supremo Tribunal Federal e os congressistas ficarão em recesso até os primeiros dias de fevereiro. Depois, na segunda semana de fevereiro, estão programados mais dias livres para o Carnaval.

Isso significa que algumas decisões importantes, como a votação sobre a possibilidade de julgar a presidente Dilma Rousseff no Congresso por acusações de quebra da lei de responsabilidade fiscal, provavelmente não acontecerão antes de março, segundo a empresa de consultoria política Eurasia Group.

“Todo mundo precisa de um descanso”, disse Darcísio Perondi, deputado do PMDB e um dos maiores críticos de Dilma. “Foi um ano intenso”.

Intensificação em novembro

A crise política e econômica do Brasil aumentou a partir do final de novembro, quando a Câmara abriu o processo de impeachment contra Rousseff, o Brasil perdeu seu status de grau de investimento, e um senador e um banqueiro bilionário foram detidos como parte de uma investigação sobre corrupção.

As tensões se intensificaram em Brasília. Os legisladores terminaram aos empurrões para resolver suas diferenças e grupos indígenas cantaram no telhado do Congresso em parte para exigir a demissão do presidente da Câmara, que enfrenta uma investigação ética.

Agora, o trânsito flui livremente e está fácil estacionar no sempre lotado centro da cidade, pois muitos funcionários públicos abandonaram Brasília. Os corredores do Congresso estão estranhamente calmos.

O governo de Dilma não queria que fosse assim. Ele vinha pressionando o Congresso para abrir mão do recesso e continuar a trabalhar, na esperança de que os legisladores acabassem com a incerteza política que ajudou a empurrar a confiança empresarial para um dos pontos mais baixos já registrados e a aprofundar a recessão econômica.

Embora agora tenha que esperar, o governo está entrando em 2016 com um pouco mais de esperança após uma série de vitórias nos últimos dias.

O Supremo Tribunal Federal tomou, no dia 17 de dezembro, uma decisão sobre o impeachment que estabelece procedimentos que favorecer a presidente.

Um deputado experiente disse na comissão de orçamento na semana passada que o Congresso deveria aprovar as contas de Dilma de 2014, uma medida que minaria um dos principais argumentos da oposição para o impeachment da presidente.

Agenda econômica

Rousseff convocou uma reunião de gabinete para terça-feira para discutir projetos de infraestrutura, empréstimos de longo prazo e tetos para os gastos com pensão, um sinal de que o governo está buscando reorientar a atenção para a economia depois de semanas de brigas com o Congresso.

“O Poder Executivo não tem recesso”, disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. “Cada ministério tem suas prioridades, que foram esclarecidas pela presidente”.

A maioria dos brasileiros não tem tantos feriados como os legisladores e voltam ao trabalho na segunda-feira preocupados com a alta dos preços ao consumidor e o aumento do desemprego.

A crise política e os escândalos de corrupção também não saem do pensamento. Uma das figuras mais famosas que surgiram no período de preparação para o Carnaval é o agente da Polícia Federal que liderou as detenções de políticos e empresários de alto nível.

Uma marchinha protagonizada pelo agente viralizou no YouTube, e há várias máscaras com a imagem dele à venda para as festas à fantasia de Carnaval.

“Ai, me dei mal”, diz a letra da marchinha, acrescentando: “Bateu na minha porta o japonês da Federal”.

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Os protagonistas da crise política deste ano estão fugindo da capital do país para passar as férias de verão em suas cidades de origem ou no litoral, deixando para trás questões sobre o destino da presidente e dos líderes do Congresso envolvidos em escândalos de corrupção e no impeachment.

Os juízes do Supremo Tribunal Federal e os congressistas ficarão em recesso até os primeiros dias de fevereiro. Depois, na segunda semana de fevereiro, estão programados mais dias livres para o Carnaval.

Isso significa que algumas decisões importantes, como a votação sobre a possibilidade de julgar a presidente Dilma Rousseff no Congresso por acusações de quebra da lei de responsabilidade fiscal, provavelmente não acontecerão antes de março, segundo a empresa de consultoria política Eurasia Group.

“Todo mundo precisa de um descanso”, disse Darcísio Perondi, deputado do PMDB e um dos maiores críticos de Dilma. “Foi um ano intenso”.

Intensificação em novembro

A crise política e econômica do Brasil aumentou a partir do final de novembro, quando a Câmara abriu o processo de impeachment contra Rousseff, o Brasil perdeu seu status de grau de investimento, e um senador e um banqueiro bilionário foram detidos como parte de uma investigação sobre corrupção.

As tensões se intensificaram em Brasília. Os legisladores terminaram aos empurrões para resolver suas diferenças e grupos indígenas cantaram no telhado do Congresso em parte para exigir a demissão do presidente da Câmara, que enfrenta uma investigação ética.

Agora, o trânsito flui livremente e está fácil estacionar no sempre lotado centro da cidade, pois muitos funcionários públicos abandonaram Brasília. Os corredores do Congresso estão estranhamente calmos.

O governo de Dilma não queria que fosse assim. Ele vinha pressionando o Congresso para abrir mão do recesso e continuar a trabalhar, na esperança de que os legisladores acabassem com a incerteza política que ajudou a empurrar a confiança empresarial para um dos pontos mais baixos já registrados e a aprofundar a recessão econômica.

Embora agora tenha que esperar, o governo está entrando em 2016 com um pouco mais de esperança após uma série de vitórias nos últimos dias.

O Supremo Tribunal Federal tomou, no dia 17 de dezembro, uma decisão sobre o impeachment que estabelece procedimentos que favorecer a presidente.

Um deputado experiente disse na comissão de orçamento na semana passada que o Congresso deveria aprovar as contas de Dilma de 2014, uma medida que minaria um dos principais argumentos da oposição para o impeachment da presidente.

Agenda econômica

Rousseff convocou uma reunião de gabinete para terça-feira para discutir projetos de infraestrutura, empréstimos de longo prazo e tetos para os gastos com pensão, um sinal de que o governo está buscando reorientar a atenção para a economia depois de semanas de brigas com o Congresso.

“O Poder Executivo não tem recesso”, disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. “Cada ministério tem suas prioridades, que foram esclarecidas pela presidente”.

A maioria dos brasileiros não tem tantos feriados como os legisladores e voltam ao trabalho na segunda-feira preocupados com a alta dos preços ao consumidor e o aumento do desemprego.

A crise política e os escândalos de corrupção também não saem do pensamento. Uma das figuras mais famosas que surgiram no período de preparação para o Carnaval é o agente da Polícia Federal que liderou as detenções de políticos e empresários de alto nível.

Uma marchinha protagonizada pelo agente viralizou no YouTube, e há várias máscaras com a imagem dele à venda para as festas à fantasia de Carnaval.

“Ai, me dei mal”, diz a letra da marchinha, acrescentando: “Bateu na minha porta o japonês da Federal”.

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