Mil homens das Forças Armadas vão atuar em cadeias
A princípio, governo vai liberar mil homens das Forças Armadas para atuar em presídios conforme demanda dos estados
Talita Abrantes
Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 11h16.
Última atualização em 19 de janeiro de 2017 às 13h08.
São Paulo – O governo federal vai disponibilizar, em um primeiro momento, mil homens das Forças Armadas para atuar em presídios estaduais em resposta à demanda dos estados. A liberação inédita foi autorizada hoje por meio de decreto assinado pelo presidente Michel Temer.
Segundo o ministro Raul Jungmann (Defesa), o orçamento inicial para a operação é de 10 milhões de reais.
“A previsão inicial é de mil homens em trinta equipes. Como nós atuamos por demanda, esse número eventualmente poderá crescer”, afirmou o ministro durante entrevista coletiva em Brasília nesta quarta-feira (18).
De acordo com o decreto editado hoje, os militares poderão fazer buscas por armas, celulares, drogas e outros materiais proibidos nas prisões.
Segundo o ministro, os membros das Forças Armadas não terão contato com os presos. Quando a operação for realizada, as forças de segurança locais deverão direcionar os detentos para outro pavilhão.
Além disso, segundoJungmann, os militares apenas entrarão nos presídios quando a chance de rebelião foi mínima ou nula.
Serão empregados militares que já atuaram em operações de varredura e segurança realizadas durante a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, sempre que possível deslocados de outras unidades da federação, para garantir a segurança das equipes.
"Há [no sistema prisional] um vetor que aumenta a letalidade e a violência [das rebeliões], que é a presença de armas nos presídios e penitenciárias. Nossa contribuição é fazer essa limpeza a pedido dos governadores", afirmou o ministro.
Jungmann admite que essas operações não resolvem o problema.'Não temos a menor ilusão ou a pretensão de que apenas esses esforços venham a debelar ou resolver essa questão […] Estamos contribuindo para reduzir a possibilidade e a letalidade dessas tragédias".
ERRATA: Matéria atualizada para corrigir o título que afirmava que a Força Nacional faria operações em presídios. Na verdade, essa tarefa será das Forças Armadas.