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Familiares de vítimas do voo Rio-Paris apontam erros em investigação

O jornal Le Echos revelou que no último relatório sobre a tragédia foram suprimidas referências a erros técnicos

Uma parte da asa do Airbus A330 da Air France é retirada do mar por militares da Marinha brasileira: no relatório oficial, o BEA apontou os pilotos como responsáveis pelo acidente (AFP)
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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2011 às 19h27.

Paris - Os familiares das vítimas do avião que caiu no Atlântico em junho de 2009 quando cobria a rota entre Rio de Janeiro e Paris apontaram nesta quarta-feira para problemas na investigação do acidente, depois que foi revelado que no último relatório sobre a tragédia foram suprimidas referências a erros técnicos.

O presidente da associação de familiares, Robert Soulas, considerou a investigação "desacreditada", depois que nesta terça-feira à noite o jornal Les Echos divulgou um relatório confidencial de 25 de julho, quatro dias antes da versão definitiva, no qual são incluídos "longos parágrafos" que questionam o papel do alarme de queda livre do avião na tragédia.

O Escritório de Investigação e Análise (BEA, na sigla em francês) apresentou na última sexta-feira o terceiro relatório provisório sobre as causas do acidente, que apontava para a falta de treinamento dos pilotos e evitava dar destaque a problemas técnicos do avião.

No entanto, segundo o "Les Echos", esse relatório teve uma parte suprimida que trazia uma explicação sobre o comportamento do alarme de queda livre, o mais importante da aeronave, e que foi acionado em vários momentos ao longo do incidente.

Também não foi incluída na versão definitiva uma recomendação às autoridades aéreas sobre o alarme, que constava no relatório anterior.

Os responsáveis do BEA admitiram na última sexta-feira que o alarme foi acionado e desativado sucessivamente, mas indicaram que isso não teve relação com nenhum problema técnico, mas com as perturbações registradas ao longo do voo.

O organismo admitiu nesta terça-feira à noite ter retirado de seu relatório definitivo as referências ao alarme porque as investigações sobre esse ponto não foram finalizadas.

O BEA, que detalhou que as conclusões obtidas até o momento são provisórias, afirmou na sexta-feira que foi criado um grupo de trabalho para determinar de que forma o comportamento do alarme incidiu na atitude dos pilotos.

No relatório, os investigadores concluíram que os pilotos não estavam preparados para pilotar manualmente o avião em grande altitude, o que os levou a tomar decisões erradas. Além disso, constataram que os pilotos sabiam que o avião estava em queda livre, mas que não fizeram nada para impedi-lo.

"Por que não deram atenção a esse alarme? Isso é o que precisamos determinar a partir de agora", afirmou na ocasião o diretor do BEA, Jean-Paul Troadec, acrescentando que o grupo de trabalho deverá determinar se o funcionamento do alarme de queda livre confundiu os pilotos.

No entanto, segundo o "Les Echos", o BEA suprimiu do relatório a recomendação sobre o funcionamento dos alarmes e sua possível incidência no comportamento dos pilotos, um aspecto destacado pelo sindicato de pilotos da Air France, que indicou que "suas múltiplas ativações e interrupções intempestivas, em contradição com o estado do avião, contribuíram para dificultar à tripulação a análise da situação".

Após ser divulgado que o relatório tinha sido modificado, o sindicato majoritário de pilotos da França, SNPL, anunciou em comunicado que suspenderá sua colaboração com a investigação ao afirmar que sua confiança no BEA está "seriamente abalada".

As últimas revelações voltaram a obscurecer a investigação sobre o acidente que provocou a morte dos 228 ocupantes do voo AF447, um Airbus A330 da Air France que caiu no Atlântico quatro horas e meia depois de ter decolado do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, com destino a Paris.

A justiça espera ainda as conclusões da investigação e, por enquanto, mantém a acusação de homicídio culposo sobre a Airbus e a Air France.

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Paris - Os familiares das vítimas do avião que caiu no Atlântico em junho de 2009 quando cobria a rota entre Rio de Janeiro e Paris apontaram nesta quarta-feira para problemas na investigação do acidente, depois que foi revelado que no último relatório sobre a tragédia foram suprimidas referências a erros técnicos.

O presidente da associação de familiares, Robert Soulas, considerou a investigação "desacreditada", depois que nesta terça-feira à noite o jornal Les Echos divulgou um relatório confidencial de 25 de julho, quatro dias antes da versão definitiva, no qual são incluídos "longos parágrafos" que questionam o papel do alarme de queda livre do avião na tragédia.

O Escritório de Investigação e Análise (BEA, na sigla em francês) apresentou na última sexta-feira o terceiro relatório provisório sobre as causas do acidente, que apontava para a falta de treinamento dos pilotos e evitava dar destaque a problemas técnicos do avião.

No entanto, segundo o "Les Echos", esse relatório teve uma parte suprimida que trazia uma explicação sobre o comportamento do alarme de queda livre, o mais importante da aeronave, e que foi acionado em vários momentos ao longo do incidente.

Também não foi incluída na versão definitiva uma recomendação às autoridades aéreas sobre o alarme, que constava no relatório anterior.

Os responsáveis do BEA admitiram na última sexta-feira que o alarme foi acionado e desativado sucessivamente, mas indicaram que isso não teve relação com nenhum problema técnico, mas com as perturbações registradas ao longo do voo.

O organismo admitiu nesta terça-feira à noite ter retirado de seu relatório definitivo as referências ao alarme porque as investigações sobre esse ponto não foram finalizadas.

O BEA, que detalhou que as conclusões obtidas até o momento são provisórias, afirmou na sexta-feira que foi criado um grupo de trabalho para determinar de que forma o comportamento do alarme incidiu na atitude dos pilotos.

No relatório, os investigadores concluíram que os pilotos não estavam preparados para pilotar manualmente o avião em grande altitude, o que os levou a tomar decisões erradas. Além disso, constataram que os pilotos sabiam que o avião estava em queda livre, mas que não fizeram nada para impedi-lo.

"Por que não deram atenção a esse alarme? Isso é o que precisamos determinar a partir de agora", afirmou na ocasião o diretor do BEA, Jean-Paul Troadec, acrescentando que o grupo de trabalho deverá determinar se o funcionamento do alarme de queda livre confundiu os pilotos.

No entanto, segundo o "Les Echos", o BEA suprimiu do relatório a recomendação sobre o funcionamento dos alarmes e sua possível incidência no comportamento dos pilotos, um aspecto destacado pelo sindicato de pilotos da Air France, que indicou que "suas múltiplas ativações e interrupções intempestivas, em contradição com o estado do avião, contribuíram para dificultar à tripulação a análise da situação".

Após ser divulgado que o relatório tinha sido modificado, o sindicato majoritário de pilotos da França, SNPL, anunciou em comunicado que suspenderá sua colaboração com a investigação ao afirmar que sua confiança no BEA está "seriamente abalada".

As últimas revelações voltaram a obscurecer a investigação sobre o acidente que provocou a morte dos 228 ocupantes do voo AF447, um Airbus A330 da Air France que caiu no Atlântico quatro horas e meia depois de ter decolado do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, com destino a Paris.

A justiça espera ainda as conclusões da investigação e, por enquanto, mantém a acusação de homicídio culposo sobre a Airbus e a Air France.

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