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Família Cabral gastava até R$ 150 mil por mês, diz governanta

Ela revelou também, que durante algum tempo, foi remunerada pelo Senac-RJ, onde era lotada em um cargo comissionado, mas nunca trabalhou na função

Cabral: a governanta conta também que foi procurada por um dos operadores de Cabral, Carlos Miranda, para que ela abrisse uma empresa, na qual nunca trabalhou (Valter Campanato/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de março de 2017 às 17h37.

Última atualização em 17 de março de 2017 às 17h55.

Rio - A governanta da família do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), Sônia Ferreira Baptista, disse nesta sexta-feira, 17, que comandava 15 empregados domésticos do casal e recebia R$ 20 mil mensais, trabalhando em home office.

Ela revelou que, durante algum tempo, foi remunerada pelo Senac-RJ, onde era lotada em um cargo comissionado, mas nunca trabalhou na função - era empregada do governador.

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As despesas mensais da família chegavam a R$ 150 mil. As declarações foram feitas em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.

Sônia contou também que em uma ocasião foi procurada por um dos operadores de Cabral, Carlos Miranda, para que ela abrisse uma empresa, na qual nunca trabalhou. O objetivo era camuflar a origem dos recursos que recebia.

"Ele sugeriu que eu abrisse uma empresa para que eu tivesse a renda comprovada. Eu só emitia as notas fiscais", afirmou.

Sônia disse que uma de suas tarefas era cuidar das atividades e do pagamento dos cinco empregados do apartamento de Cabral no Leblon, na zona sul do Rio.

Havia mais cinco de sua casa de veraneio, em Mangaratiba, e outros cinco trabalhavam na casa da ex-mulher do governador, Susana Neves, na Lagoa.

Ela também afirmou que tratava do dia-a-dia dos cinco filhos do ex-governador. Eram tarefas como tratar de matrículas no colégio, compra de material escolar, aulas de natação, intercâmbio com exterior, cuidar de consultas médicas e do pagamento do seguro dos quatro carros da família.

Segundo ela, mensalmente, a família gastava R$ 40 mil com o pagamento dos salários dos empregados. Sônia disse que Carlos Miranda lhe dava o dinheiro para os pagamentos.

Questionada pelo procurador Sérgio Pinel, disse que apenas uma vez recebeu dinheiro de outro operador de Cabral, Luiz Carlos Bezerra, mas que o valor foi "pequeno", em suas palavras, "de R$ 12 mil a R$ 15 mil".

A reportagem procurou o Senac-RJ, mas até o fim da tarde a instituição não se manifestara.

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