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Falta de solução para o caso Marielle é vergonha mundial, diz sobrevivente

Pela primeira vez, a jornalista Fernanda Chaves, que estava no carro com a ex-vereadora assassinada há quase um ano, fala abertamente sobre o crime

Fernando Chaves: "Não faz sentido mais me esconder. Isso só reforçaria o entendimento de que eu teria visto algo ou uma informação cara", disse (TV Globo/Reprodução)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de março de 2019 às 12h34.

Última atualização em 11 de março de 2019 às 12h35.

São Paulo — A jornalista Fernanda Chaves, assessora da vereadora Marielle Franco , assassinada no dia 14 de março do ano passado, protestou contra a falta de solução para o caso em entrevista que foi ao ar neste domingo (10), no Fantástico.

"Não é possível que a gente vá continuar passando essa vergonha no mundo, que é o que está acontecendo agora, de não responsabilizar os criminosos por esse crime bárbaro", disse.

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Essa foi a primeira vez que a assessora, que estava no carro com a ex-vereadora e com o motorista Anderson Gomes, deu declarações abertamente, mostrando o rosto. Depois dos assassinatos, ela deixou o país e se refugiou na Espanha e Itália.

"Não faz sentido mais me esconder. Isso só reforçaria o entendimento de que eu teria visto algo ou uma informação cara, coisa que eu não tenho", explicou.

Questionada sobre quem matou Marielle e o motivo, Chaves respondeu que não sabe dizer. Segundo ela, o trabalho da ex-vereadora era focado em questões de gênero e de violência contra a mulher.

"O mandato dela estava muito mais focado para questões de gênero, de violência contra mulher. Não tinha milícias como alvo, não se indispôs com eles, nem teve um problema específico que pudesse ter engatilhado seu assassinato. O que acontece é que a Marielle incomodava", reforçou.

Um ano

Nesta quinta-feira (14), os assassinatos da ex-vereadora do PSOL e de seu motorista Anderson Gomes completam um ano. Ainda não há respostas sobre os responsáveis pelas mortes.

Por isso, paralelamente às investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro, a Polícia Federal apura se há irregularidades na condução do caso.

Uma das linhas de investigação da Delegacia de Homicídios carioca liga o assassinato de Marielle ao Escritório do Crime, grupo de extermínio chefiado por milicianos.

Em janeiro, foi revelada uma relação entre Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado como fundador da quadrilha, com o filho do presidente Jair Bolsonaro, Flávio. A polícia tentou prender o miliciano, mas ele segue foragido há 47 dias.

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