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Fachin manda abrir inquérito para investigar senador Paulo Bauer

Delator incluiu em seu acordo de colaboração premiada repasses de R$ 11,5 milhões para a campanha de Paulo Bauer ao governo de Santa Catarina, em 2014

Paulo Bauer: senador disse que considera a abertura de inquérito "uma etapa natural dos procedimentos da Justiça". (Facebook/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de junho de 2018 às 21h00.

Brasília - O ministro Edson Fachin , do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um inquérito para investigar o senador Paulo Bauer (PSDB-SC), o ex-diretor institucional da Hypermarcas (atual Hypera Pharma) Nelson José de Mello e Marcos Antônio Moser, ex-assessor parlamentar do tucano. O inquérito apura suspeitas de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.

O delator Nelson Mello incluiu em seu acordo de colaboração premiada repasses de R$ 11,5 milhões para a campanha de Paulo Bauer ao governo de Santa Catarina, em 2014. Os repasses, segundo Mello, teriam sido feitos por meio de contratos fictícios com três empresas.

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"Como sabido, uma vez requerida a abertura de investigações pela Procuradoria-Geral da República, incumbe ao relator deferi-la, nos termos do art. 21, XV, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal , não lhe competindo qualquer aprofundamento sobre o mérito das suspeitas apontadas", escreveu Fachin, em decisão assinada na última quarta-feira, 6.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou que a Polícia Federal investiga se Mello omitiu informações em sua delação para proteger o maior acionista da Hypera Pharma, João Alvez Queiroz Filho, e o CEO da empresa, Cláudio Bergamo. Os dois foram alvos de busca e apreensão na operação Tira-Teima, deflagrada pela PF em abril.

Defesas

Procurado pela reportagem, o senador Paulo Bauer disse que considera a abertura de inquérito "uma etapa natural dos procedimentos da Justiça". "Estou à disposição para, no momento em que for chamado, prestar esclarecimentos e comprovar a improcedência dos fatos narrados pelo delator", informou, em nota.

O advogado de Nelson José de Mello comunicou que não vai se manifestar. A defesa de Moser não foi localizada. A Hypera Pharma não respondeu à reportagem até a publicação deste texto.

Em abril, quando as acusações contra o senador vieram a público, a Hypera Pharma informou que "está colaborando e colaborará com as investigações" e que "os atos praticados pelo ex-executivo foram objeto de auditoria conduzida por assessores externos".

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