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Exército pede investigação contra coronel que ameaçou presidente do TSE

Após confirmar que vídeo foi feito por coronel da reserva, Exército entrou com representação ao MPM solicitando que o caso seja investigado

Rosa Weber: em vídeo, militar ameaçou a ministra se ela tentasse tirar Bolsonaro por crime eleitoral após denúncias de envio massivo de mensagens via Whatsapp (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil)
AB

Agência Brasil

Publicado em 23 de outubro de 2018 às 19h33.

O Exército confirmou nesta terça-feira, 23, que o homem que divulgou um vídeo na internet insultando e ameaçando a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber , é o coronel Carlos Alves, militar da reserva.

Em nota, a instituição diz que as declarações do coronel não representam o pensamento do Exército Brasileiro e que o Comandante do Exército encaminhou uma representação ao Ministério Público Militar solicitando que fosse investigado o cometimento de possível ilegalidade.

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"O referido militar afronta diversas autoridades e deve assumir as responsabilidades por suas declarações, as quais não representam o pensamento do Exército Brasileiro", afirma a nota.

Em vídeo que está circulando nas redes sociais, o militar critica Rosa Weber e a adverte, caso o Tribunal acate a denúncia de que a campanha de Jair Bolsonaro (PSL) tenha patrocinado de forma ilegal o impulsionamento de mensagens falsas pelo Whatsapp.

"Como eu, outros coronéis, generais, comandantes da Marinha, brigadeiros, almirantes, nós não aceitaremos fraudes, Rosa Weber. Primeiro, se você aceitar essa denúncia ridícula e tentar tirar Bolsonaro por crime eleitoral, nós vamos derrubar vocês aí sim, porque aí, acabou", diz o militar.

No vídeo, o coronel que critica Rosa Weber por ela ter recebido integrantes do PT e do PDT que ingressaram com uma ação na instituição para que sejam investigadas as denúncias de fraude na campanha. O militar chega a proferir palavras ofensivas contra a magistrada.

"O PT por um lado acusando e a Rosa Weber aceitando essa denúncia absurda de que o Bolsonaro está patrocinando ou promovendo fraudes bilionárias com o pessoal do Whatsapp para plantar fake news. E esta salafrária, corrupta, essa ministra incompetente. Se ela fosse séria, patriótica, se não devesse nada pra ninguém, ela nem receberia essa cambada no TSE, ela nem ouviria esse absurdo", diz.

Intitulando-se como militar da alta cúpula do Exército, ele também ataca o candidato Fernando Haddad (PT) e intimida a presidente do TSE para que ela ignore a ação impetrada pelo candidato petista para investigar a possibilidade de crime de caixa 2 na campanha de Bolsonaro

"Não te atreve a ousar a aceitar esta afronta contra o povo brasileiro, essa proposta indecente do PT de querer tirar o Bolsonaro do pleito eleitoral acusando-o de desonestidade, acusando-o de ser cúmplice de uma campanha criminosa, bilionária e fraudulenta com Whatsapp para promover notícias falsas".

Também em tom de ameaça ao TSE e ao Judiciário, Alves insinua que o sistema de votação eletrônico não é seguro e afirma que integrantes da alta cúpula das Forças Armadas estão exigindo que a ministra "se vire" para garantir "eleições dignas e limpas para que não paire nenhuma dúvida" sobre o resultado das eleições.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira mandar para a Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de investigação contra Alves. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) não vai se manifestar sobre as declarações.

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