Ex-gerente só avisou Foster há menos de um mês, diz estatal
Jornal afirma que Venina teria enviado e-mail a Graça Foster sobre o assunto em 2009. Segundo estatal, mensagem só veio em novembro deste ano.
Mariana Desidério
Publicado em 16 de dezembro de 2014 às 08h38.
São Paulo - A Petrobras informou hoje que a presidente da empresa, Maria das Graças Foster , só recebeu e-mail da ex-gerente Venina Velosa Fonseca a respeito de irregularidades no dia 20 de novembro de 2014.
Reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico na última sexta-feira afirma que Venina teria enviado mensagem a Graça Foster sobre o assunto em 2009. O texto diz ainda que, desde então, a presidente teria sido alertada várias vezes sobre o problema.
No entanto, segundo nota divulgada hoje pela estatal, os e-mails enviados a Graça Foster em 02/04/2009, 26/08/2011, 07/10/2011 e 14/02/2012 não explicitaram irregularidades. Graça Foster chefiou a diretoria de Gás e Energia da empresa e foi empossada presidente em fevereiro de 2012.
Ainda de acordo com o comunicado da Petrobras, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa entregou sua carta de demissão pouco mais de um mês após a posse de Foster. Costa é réu no processo sobre o esquema de desvio de dinheiro na Petrobras.
A estatal diz ainda que, quando Venina enviou e-mail alertando sobre irregularidades, em 20 de novembro, o tema já havia sido alvo de investigação interna. Segundo a empresa, Graça Foster respondeu a Venina no dia seguinte.
A nota também fala sobre e-mails enviados por Venina a José Carlos Cosenza, que substituiu de Paulo Roberto Costa na diretoria de Abastecimentos.
Segundo a estatal, Consenza só recebeu mensagem com referência a irregularidades em abril de 2014, quando “as medidas de tratamento adotadas pela Petrobras já estavam implementadas”. Os e-mails enviados por Venina anteriormente não citavam o tema, diz a empresa.
A Petrobras reafirmou que “instaurou comissões internas em 2008 e 2009 para averiguar indícios de irregularidades em contratos e pagamentos efetuados pela gerência de Comunicação do Abastecimento”.
A estatal disse ainda que instaurou duas outras investigações, em 2012 e em 2014, sobre temas citados pela reportagem do “Valor”.
Venina Velosa da Fonseca, geóloga da estatal desde 1990, foi subordinada de Paulo Roberto Costa entre 2005 e 2009 na diretoria de Abastecimento da estatal. Então gerente executiva da área, Venina será ouvida pelo Ministério Público Federal.
Se o juiz Sérgio Moro, responsável pelo caso, acatar a denúncia, os 35 envolvidos serão julgados por crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime de corrupção. Segundo o relatório divulgado pela Procuradoria, as penas podem chegar a 127 anos de detenção, caso o réu seja considerado culpado pelos crimes de organização criminosa, 3 atos de corrupção e 3 atos de lavagem de dinheiro. A Mendes Júnior, por exemplo, teria acumulado 53 atos de corrupção. Veja a lista de penas possíveis para cada crime:
Crime | Pena mínima | Pena Máxima |
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Organização criminosa | 4 anos e 4 meses | 13 anos e 4 meses |
Corrupção | 2 anos e 8 meses | 21 anos e 4 meses |
Lavagem de dinheiro | 4 anos | 16 anos e 8 meses |
![Mendes Junior + GFD](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_refinaria-mendes-junior.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
2 /7(Divulgação)
Mendes Junior + GFD | |
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Denunciados | 16 |
Corrupção da empresa (R$) | 71.602.688,48 |
Ressarcimento buscado (R$) | 214.808.065,45 |
Valor envolvido na lavagem (R$) | 8.028.000,00 |
Número de atos de corrupção e lavagem | 53 corrupções e 11 lavagens + 30 lavagens |
![Camargo Corrêa + UTC](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_camargo-correa-mg4.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
3 /7(Divulgação)
Camargo Corrêa + UTC | |
---|---|
Denunciados | 10 |
Corrupção da empresa (R$) | 86.457.578,91 |
Ressarcimento buscado (R$) | 343.033.978,68 |
Valor envolvido na lavagem (R$) | 36.876.887,75 |
Número de atos de corrupção e lavagem | 11 corrupções e 7 lavagens |
![Engevix](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_engevix1.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
4 /7(Divulgação/ Engevix)
Engevix | |
---|---|
Denunciados | 9 |
Corrupção da empresa (R$) | 52.977.089,89 |
Ressarcimento buscado (R$) | 158.931.269,69 |
Valor envolvido na lavagem (R$) | 13.432.500,00 |
Número de atos de corrupção e lavagem | 33 corrupções e 31 lavagens |
![Galvão Engenharia](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_galvao_engenharia4.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
5 /7(Divulgação/ Galvão Engenharia)
Galvão Engenharia | |
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Denunciados | 7 |
Corrupção da empresa (R$) | 46.063.344,24 |
Ressarcimento buscado (R$) | 256.546.958,55 |
Valor envolvido na lavagem (R$) | 5.512,430,00 |
Número de atos de corrupção e lavagem | 37 corrupções e 12 lavagens |
![OAS](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_construtora.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
6 /7(REUTERS/Aly Song)
OAS | |
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Denunciados | 9 |
Corrupção da empresa (R$) | 29.321.227,22 |
Ressarcimento buscado (R$) | 213.039.145,36 |
Valor envolvido na lavagem (R$) | 10.300.038,93 |
Número de atos de corrupção e lavagem | 20 corrupções e 14 lavagens |
![Veja outras matérias sobre a corrupção na Petrobras](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_sede-petrobras5.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
7 /7(Vanderlei Almeida/AFP)