EUA aliviará normas para doação de sangue por homens gays e bissexuais
Atualmente, esses homens precisam se abster de manter relações sexuais por três meses, mesmo se estiverem em relações monogâmicas, para serem elegíveis a doar sangue
AFP
Publicado em 27 de janeiro de 2023 às 18h27.
Última atualização em 27 de janeiro de 2023 às 18h36.
As autoridades sanitárias dos Estados Unidos propuseram, nesta sexta-feira, 27, aliviar as restrições da época da epidemia de aids às doações de sangue por parte de homens homossexuais e bissexuais.
Atualmente, esses homens precisam se abster de manter relações sexuais por três meses, mesmo se estiverem em relações monogâmicas, para serem elegíveis a doar sangue.
As novas regras propostas pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) buscam eliminar esse requisito em troca de uma avaliação de risco individual.
Todos os doadores de sangue passam por um teste de HIV, mas é possível que o vírus não apareça de imediato se a pessoa estiver tomando medicamentos profiláticos antes da análise.
No auge da epidemia de aids, na década de 1980, a FDA proibiu as doações de sangue por homens gays para evitar a propagação do vírus HIV por meio de produtos sanguíneos.
Esse veto foi extinto em 2015, mas os homens homossexuais e bissexuais deviam se abster de fazer sexo por um ano para serem elegíveis. Em abril de 2020, esse tempo foi reduzido a três meses, em um momento de escassez de sangue no início da pandemia de covid-19.
Sob a nova regulamentação proposta, todos os possíveis doadores de sangue deverão responder se tiveram parceiros sexuais novos ou múltiplos nos últimos três meses.
Aqueles que responderem que sim, terão sua doação adiada. Segundo a FDA, seguirão impedidas de doar as pessoas que testarem positivo para HIV ou que tiverem tomado medicamentos para tratar uma infecção por HIV.
“Manter um fornecimento seguro e adequado de sangue e produtos sanguíneos nos Estados Unidos é primordial para a FDA”, afirmou o comissário da agência, Robert Califf, em um comunicado.
“Esta proposta de uma avaliação de risco individual, independente de seu gênero ou orientação sexual, nos permitirá seguir usando a melhor ciência”, acrescentou.
A potencial nova regulamentação está em linha com regras similares vigentes no Canadá e Reino Unido, indicou o regulador.