Esteves poderia comprar silêncio de Cerveró, diz delator
A estratégia de bancar o ex-diretor visava evitar que ele contasse o que sabia sobre a corrupção na Petrobras
Da Redação
Publicado em 19 de abril de 2016 às 15h44.
Brasília - Em depoimentos de delação premiada, o ex-chefe de gabinete do senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS, agora sem partido) Diogo Ferreira disse que o banqueiro André Esteves, licenciado do Banco BTG Pactual, era o "plano B" do congressista para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
A colaboração do assessor, homologada pelo Supremo Tribunal Federal ( STF ), reforça afirmações já feitas por Delcídio à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Diogo Ferreira contou que Delcídio ia a São Paulo uma ou duas vezes por mês para se encontrar com Esteves.
Em algumas ocasiões, relatou, o senador disse a ele que o banqueiro estava preocupado com uma possível delação de Cerveró por causa de supostas irregularidades na compra de ativos da Petrobras na África e em negócio com a BR Distribuidora, caso em que teria havido pagamento de propina ao senador Fernando Collor (AL).
O delator deu detalhes sobre uma conversa que teve com Delcídio, na qual trataram da necessidade de pagar os honorários de Edson Ribeiro, advogado de Cerveró.
A estratégia de bancar o ex-diretor visava evitar que ele contasse o que sabia sobre a corrupção na Petrobras.
"Delcidio do Amaral comentou com Edson Ribeiro, na presença do depoente, em reunião em Brasília, além daquela gravada, que André Esteves seria o 'plano B' para efetuar o pagamento dos honorários de Edson Ribeiro", afirmou o assessor, conforme transcrição do depoimento feita pela PF.
Delcídio, o assessor dele, Ribeiro e Esteves foram presos em novembro por suspeita de tentar sabotar a delação de Cerveró, que poderia implicá-los.
Eles foram soltos depois, mas permanecem submetidos a algumas restrições judiciais.
Conforme a Procuradoria-Geral da República, a mando do ex-presidente Lula, que também temeria a delação, o senador teria montado um esquema para bancar despesas da família do ex-diretor, cujos bens e ativos estavam bloqueados.
Os repasses teriam sido feitos por um dos filhos de José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente, conforme delatou o ex-chefe de gabinete.
O banqueiro teria se comprometido com Delcídio a dar R$ 50 mil mensais como forma de evitar que o BTG fosse citado na delação. Ele nega ter negociado ou feito pagamentos a Cerveró.
Na delação, Ferreira disse que após Cerveró iniciar sua colaboração com a Operação Lava Jato, os pagamentos vindos do filho de Bumlai foram suspensos.
Em outubro do ano passado, o advogado do ex-diretor cobrou em mensagem de telefone uma conversa com "A.E.", supostamente em referência a André Esteves.
A agenda não teria sido marcada. "A intenção do Senador era não fazer o encontro de André Esteves com Edson Ribeiro, mas era verdade que André Esteves estava disposto a prover auxílio financeiro", contou Ferreira.
Brasília - Em depoimentos de delação premiada, o ex-chefe de gabinete do senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS, agora sem partido) Diogo Ferreira disse que o banqueiro André Esteves, licenciado do Banco BTG Pactual, era o "plano B" do congressista para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
A colaboração do assessor, homologada pelo Supremo Tribunal Federal ( STF ), reforça afirmações já feitas por Delcídio à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Diogo Ferreira contou que Delcídio ia a São Paulo uma ou duas vezes por mês para se encontrar com Esteves.
Em algumas ocasiões, relatou, o senador disse a ele que o banqueiro estava preocupado com uma possível delação de Cerveró por causa de supostas irregularidades na compra de ativos da Petrobras na África e em negócio com a BR Distribuidora, caso em que teria havido pagamento de propina ao senador Fernando Collor (AL).
O delator deu detalhes sobre uma conversa que teve com Delcídio, na qual trataram da necessidade de pagar os honorários de Edson Ribeiro, advogado de Cerveró.
A estratégia de bancar o ex-diretor visava evitar que ele contasse o que sabia sobre a corrupção na Petrobras.
"Delcidio do Amaral comentou com Edson Ribeiro, na presença do depoente, em reunião em Brasília, além daquela gravada, que André Esteves seria o 'plano B' para efetuar o pagamento dos honorários de Edson Ribeiro", afirmou o assessor, conforme transcrição do depoimento feita pela PF.
Delcídio, o assessor dele, Ribeiro e Esteves foram presos em novembro por suspeita de tentar sabotar a delação de Cerveró, que poderia implicá-los.
Eles foram soltos depois, mas permanecem submetidos a algumas restrições judiciais.
Conforme a Procuradoria-Geral da República, a mando do ex-presidente Lula, que também temeria a delação, o senador teria montado um esquema para bancar despesas da família do ex-diretor, cujos bens e ativos estavam bloqueados.
Os repasses teriam sido feitos por um dos filhos de José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente, conforme delatou o ex-chefe de gabinete.
O banqueiro teria se comprometido com Delcídio a dar R$ 50 mil mensais como forma de evitar que o BTG fosse citado na delação. Ele nega ter negociado ou feito pagamentos a Cerveró.
Na delação, Ferreira disse que após Cerveró iniciar sua colaboração com a Operação Lava Jato, os pagamentos vindos do filho de Bumlai foram suspensos.
Em outubro do ano passado, o advogado do ex-diretor cobrou em mensagem de telefone uma conversa com "A.E.", supostamente em referência a André Esteves.
A agenda não teria sido marcada. "A intenção do Senador era não fazer o encontro de André Esteves com Edson Ribeiro, mas era verdade que André Esteves estava disposto a prover auxílio financeiro", contou Ferreira.