Márcio França: mesmo menos popular, França largou na frente na disputa ao Bandeirantes ao costurar as amarras políticas até aqui (Divulgação/Assessoria de Imprensa/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 07h42.
Última atualização em 16 de janeiro de 2018 às 07h45.
Na última semana, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris (PSDB), disse que João Doria era “o nosso Neymar”.
Ele se referia ao potencial do prefeito paulistano em ser o candidato tucano ao governo do estado nas eleições de outubro.
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Como um dos principais articuladores, organizou para hoje um ato de apoio à candidatura. Parte dos deputados do partido deve ir até o gabinete do prefeito com essa intenção.
Mas Macris e Doria, ou Neymar tucano, vem encontrando um zagueiro também habilidoso pela frente.
O vice-governador do estado, Márcio França (PSB), está jogando um xadrez que tem como principal objetivo inviabilizar a candidatura de qualquer tucano.
Até aqui, dois membros do partido se colocaram como disponíveis, o secretário de Desenvolvimento Social do Estado, Floriano Pesaro, e o cientista político Luiz Felipe D’Avila.
Além deles, são cotados o próprio Doria e o ex-governador e atual senador José Serra. Desde 1995, o PSDB ganhou todas as eleições para o governo de São Paulo, daí a pouca vontade em abrir mão de uma candidatura.
França, no entanto, jogando um xadrez político, vem conseguindo apoio. Durante o final de semana, ele articulou para esvaziar o evento de apoio à Doria programado por Macris para hoje à tarde.
Conseguiu. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, de 20 deputados confirmados até a semana passada, pelo menos oito desistiram e outros querem deixar claro que a visita não é um ato de apoio de toda a bancada. Pesou também o fato de Serra não ter decidido ainda o que fará nas próximas eleições.
Ontem, França anunciou o apoio do PR à sua pré-candidatura. Juntos, os dois partidos somam 69 deputados federais, o que já garante um bom tempo de TV à coligação.
O vice-governador também afirmou que fechará mais dois apoios nesta semana, o Solidariedade e o Pros, e garantiu que montará a maior coligação do estado.
Para completar seu xadrez, França assume o governo do estado em abril, quando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) deve se desincompatibilizar para poder concorrer à presidência.
Como a legislação permite que candidatos ao mesmo cargo que ocupam não precisem se afastar, ele fará toda a campanha tendo a máquina do governo do estado na mão.
Para agradar o atual governador, disse ontem que respeitará a decisão nacional, mas não apoiará uma candidatura própria do PSB ao Planalto, deixando a avenida livre para o apoio a Alckmin.
Mais do que isso, quer ajudar a formar uma aliança nacional entre as siglas. Essa aliança também é o objetivo de Alckmin, que, em troca, apoiaria França ao governo em detrimento de um correligionário.
O cenário está desenhado e, mesmo menos popular, França largou na frente ao costurar as amarras políticas até aqui.