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Entre os filhos e o general: a campanha de Bolsonaro na encruzilhada

Para driblar a falta do corpo-a-corpo com os eleitores (e não ficar na mão de Hamilton Mourão), a campanha segue apostando nas redes sociais

JAIR BOLSONARO: A previsão é de que o candidato permaneça ausente de atos de campanha nas ruas até o primeiro turno das eleições, marcado para o dia 7 de outubro
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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2018 às 06h28.

Última atualização em 31 de outubro de 2018 às 12h01.

Com Jair Bolsonaro (PSL) ainda hospitalizado, familiares e aliados começam a assumir a agenda de campanha. Nesta sexta-feira (14), o filho de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, irá a Assis, cidade no interior de São Paulo para fazer campanha. Ele estará acompanhado por Major Olímpio, presidente do PSL no estado, além do astronauta Marcos Pontes , um dos cotados por Jair Bolsonaro para assumir o Ministério de Ciência e Tecnologia.

A comitiva deve passar ainda por Marília, Ourinhos, Santa Cruz do Rio Pardo e Bauru, todas no interior de São Paulo.

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Na noite de quarta-feira, Bolsonaro teve que passar por nova cirurgia, para desobstrução intestinal, e, nesta quinta (13) teve de voltar à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Albert Einstein, onde está internado. A previsão é de que ele permaneça ausente de atos de campanha nas ruas até o primeiro turno das eleições, marcado para o dia 7 de outubro.

Apesar do esforço da campanha de Bolsonaro de manter as agendas de rua, é evidente que não será a mesma coisa sem o candidato. “Não temos essa capacidade de levar milhares de pessoas às ruas, como é uma característica e uma força do Jair Bolsonaro”, afirmou Olímpio a jornalistas no hospital, nesta quinta-feira (13).

Uma opção em estudo, a de aumentar a participação do vice, general Hamilton Mourão, pode dificultar a ampliação da base de eleitores. A família e o PSL são contra sua participação em debates, acreditando que a cadeira vazia é mais simbólica que a presença do general. Mourão, por sua vez, tem comemorado a maior oportunidade para “expor nossas ideias”. Entre elas, ontem o general sugeriu um atropelo na democracia para mudar a Constituição. “Fazemos um conselho de notáveis e, depois, submetemos a plebiscito. Uma Constituição não precisa ser feita por eleitos pelo povo”, afirmou, indicando que a Constituição de 1988 nos trouxe à crise atual.

Para driblar a falta do corpo-a-corpo com os eleitores (e não ficar na mão do general), a campanha segue apostando nas redes sociais, principal bastião de Bolsonaro também contra seu curtíssimo tempo de televisão. Entre os candidatos à Presidência, Bolsonaro é, de longe, o com maior presença nas redes sociais, com mais de 8 milhões de seguidores.

Nesta semana, no entanto, a rejeição ao candidato também chegou às redes. Um grupo fechado no Facebook atingiu, no início da semana, mais de 1 milhão de mulheres que são contra a candidatura de Bolsonaro.

Entre os que declaram voto para Bolsonaro, 35% são homens e 18% mulheres, de acordo com o instituto de pesquisa. No entanto, ele é o candidato mais rejeitado pelo eleitorado, segundo o último Datafolha, 43% afirmam que não votam nele “de jeito nenhum”. Entre as mulheres, este percentual sobe para 49%.

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